G. Alvarado
A OMS - Organização Mundial da Saúde e o UNICEF - Fundo das Nações Unidas para a Infância publicaram estudos que revelam impressionante índice de mortalidade materno-infantil no mundo, um flagelo que continua castigando, em primeiro lugar, os países menos desenvolvidos.
A diretora executiva do UNICEF, Henrietta Fore, falou sobre a situação com dolorosa simplicidade. Disse que um nascimento costuma ser motivo de alegria em todo o mundo, mas infelizmente esse nascimento se converte numa tragédia a cada onze segundos.
Nesse breve tempo morre uma criança ou uma mãe, a maioria de causas que poderiam ser perfeitamente evitadas, o que potencia a desgraça.
É verdade que diminuíram as mortes desde o começo deste século. Porém, a cada ano, a pobreza, o abandono, a falta de vontade política dos governos, a exclusão e a ignorância provocam a morte de 2,8 milhões de mães ou recém-nascidos. Isso não tem nenhuma justificação.
Todavia, não só os neonatos correm risco de vida neste planeta. Em 2018, morreram, em total, 6,2 milhões de crianças menores de 15 anos, das que 5,3 milhões em seus primeiros cinco anos de vida.
Uma simples vacina, que custa alguns centavos, é, muitas vezes, a diferença entre um berço e um túmulo. Isto ocorre num mundo que acumula riquezas extraordinárias, e ao mesmo tempo mostra profundas desigualdades que a nossa espécie não foi capaz de superar.
Por exemplo, na África Subsaariana, uma das regiões mais pobres e onde mais guerras se travam no mundo, as mortes maternas são 50 vezes superiores às dos países desenvolvidos; e os recém-nascidos têm 10 vezes menos possibilidades de sobreviver nas primeiras horas ou dias em que vêm ao mundo.
Muitas vezes, contudo, não é sequer uma questão de recursos ou de dinheiro, e sim de formas de organização social e política.
Aqui ressalta o exemplo de Cuba, um arquipélago pequeno, com economia modesta e submetido a um bloqueio ferrenho pela principal potência do planeta que persegue qualquer operação comercial que faça este país. Essa política agressiva não faz diferença se o dinheiro for para comprar vacinas, medicamentos ou equipamentos para atender à saúde de seus 11 milhões de habitantes.
Nessas condições, Cuba exibiu em 2018 a taxa de quatro óbitos para cada mil crianças nascidas vivas, uma conquista superior a de muitas nações das chamadas desenvolvidas. E tem mais: nas províncias de Camaguey, Cienfuegos, Granma e Sancti Spíritus foi respectivamente de 2,6; 2,7; 2,8 e 2,9. E na Ilha da Juventude, município especial cubano, de 2,1.
Quanto à mortalidade materna, foi de 38,3 para cada 100.000 crianças nascidas vivas, também entre as mais baixas do mundo.
Tudo isto é fruto de um enorme esforço coletivo, mas, acima de tudo, da vontade da Revolução de fazer com que cada ser humano receba todos os benefícios, não poupar esforços para salvar uma vida, que é o primeiro direito do ser humano e do qual emanam todos os demais.