A pobreza aumenta outra vez na América Latina e o Caribe

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2019-10-03 11:30:36

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G. Alvarado

Especialistas e políticos debateram no México medidas necessárias para diminuir as desigualdades na América Latina e o Caribe, onde aumenta outra vez a pobreza entre as camadas mais vulneráveis da sociedade.

O desafio é complicado até porque a nossa região é uma das mais desiguais no mundo e tem lugares, como o chamado Triângulo Norte- Centro-americano, formado por El Salvador, Honduras e Guatemala, onde isto se constata à simples vista, porque em minúsculos espaços convivem o luxo mais brutal e a miséria mais humilhante.

Após alguns resultados positivos alcançados nos primeiros anos deste século, recentes estudos mostram que a pobreza começou a crescer outra vez convertendo-se numa ameaça para importantes segmentos sociais.

O documento intitulado “Problemas críticos do desenvolvimento social inclusivo na América Latina e o Caribe: antecedentes para uma agenda regional” adverte sobre a situação de pobreza em que viviam 182 milhões no ano passado, dos quais 63 milhões mergulhados na miséria.

Estes são seres humanos que não conseguem satisfazer suas necessidades mínimas de alimentação, saúde, moradia, calçado e roupa, e também não recebem de seus governos a ajuda necessária para compensar suas carências.

O documento foi elaborado pela CEPAL - Comissão Econômica da ONU para América Latina e o Caribe, um dos organizadores da reunião no México.

Pois bem, de acordo com a CEPAL há sinais preocupantes. De um ano para o outro, ou seja, de 2017 a 2018, a miséria engoliu um milhão de pessoas. Isto ocorre – diz o texto – num ambiente mundial incerto devido ao baixo crescimento econômico e às profundas transformações demográficas e no mercado de trabalho.

A secretária executiva da CEPAL, Alicia Bárcena, denunciou que o rosto da miséria na região é claramente feminino e que a situação piora nas comunidades indígenas e entre a população afro-descendente. Na zona rural, o flagelo castiga em geral o dobro de pessoas que vivem nas cidades.

Bárcena assinalou: “esta desigualdade se baseia e se reproduz a partir da cultura do privilégio, que naturaliza as hierarquias sociais e as profundas assimetrias de poder e de acesso às oportunidades”.

Infelizmente, nos modelos de desenvolvimento, ou melhor, de subdesenvolvimento imperantes na região, há poucas oportunidades para diminuir estes males. Portanto, será quase impossível atingir a meta de eliminar daqui a 2030 a pobreza e seu rosto mais infame: a miséria.



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