G. Alvarado
Em comentário anterior, dizíamos que os Estados Unidos possuem 75 bases militares na América Latina e o Caribe, de diferentes tamanhos e tipos de funcionamento. Porém, não é a única potência que estacionou militares em nossa região para a dominação colonial e controle de territórios.
Talvez o caso mais conhecido seja o das ilhas Malvinas, que fazem parte da soberania argentina mas estão retidas ilegalmente pelo Reino Unido. Tal situação provocou até uma guerra na década de 1980.
Na Ilha Soledad – uma das que compõem as Malvinas – fica o forte Mount Pleasant, um dos maiores da região, com uma pista de pouso de 2.600 metros de comprimento e onde estão destacados permanentemente 1.500 soldados, mais 500 trabalhadores civis britânicos.
Possui instalações similares às bases que o Reino Unido tem no Iraque, com silos e rampas de lançamento de projeteis nucleares. Esse lugar também é utilizado pela OTAN – Tratado do Atlântico Norte – da que fazem parte os Estados Unidos.
Em Belize – colônia durante muito tempo do Reino Unido e hoje um país parcialmente independente – há uma base de treinamentos militares, onde também tem havido presença de outros membros da OTAN.
Duas bases do exército francês funcionam em Guadalupe, um departamento além-mar da França e, portanto, um apêndice da União Europeia no Caribe. E, pasmem, apesar de se situarem a milhares de quilômetros desse país, não são consideradas pelo governo francês bases no exterior.
Em território da Guiana Francesa, há concentrações de tropas em Caiena e San Juan de Maroni. Além disso, tem a importante base de Kouru, onde a Agência Espacial Europeia realiza suas operações.
A França tem por lá 40 mil agentes não oficiais, quase todos eles membros reformados do exército e comandados pelo Estado Maior das Forças Armadas e os Serviços de Inteligência.
Tais forças costumam atuar contra independentistas guianeses e constituem um exército de reserva com capacidade potencial de intervir em outros lugares da região.
A Colômbia, povoada de bases norte-americanas, assinou em 2016 um acordo de cooperação com a OTAN para a troca de informação e de estratégias do exército local com o resto dos membros dessa organização, o que não contradiz sua íntima ligação ao Pentágono, que, como já dissemos, é membro da mencionada organização.
É um panorama desolador que nos mostra como a nossa região está praticamente ocupada por exércitos estrangeiros. Sem dúvida, é uma barreira a mais para o exercício pleno de nossa independência e soberania.