G. Alvarado
Donald Trump completou recentemente mil dias como presidente dos Estados Unidos em meio a escândalos, questionamentos e investigado pelo Congresso que busca seu impeachment.
Sem dúvida, é o presidente mais polêmico na história recente dos Estados Unidos e a coleção de adjetivos qualificativos dirigidos a ele não para de aumentar.
Mentiroso, corrupto, xenófobo, racista, arrogante, anti-imigração, anticiência e ultrajador de mulheres, são alguns adjetivos que lhe aplicam não só seus adversários, mas também notáveis membros da classe política e econômica norte-americana. E não falta quem pergunte: como conseguiu chegar até aqui?
Isolado em seu pedestal - que ele mesmo ergueu - não só ignora as opiniões negativas sobre sua pessoa, mas também alimenta a polêmica com patéticas declarações, como aquela sobre sua “grande e inegável sabedoria” que aparece numa mensagem com ameaças diretas contra Turquia.
O semanário satírico francês “O Pato Acorrentado” publicou que Trump, com suas aparições desesperadas na palestra internacional é cada vez mais parecido com o Coringa, esse personagem gesticulando que agrada tanto em Hollywood. Porém, tudo isso vai virando um bumerangue.
Ególatra contumaz, Donald Trump não hesita em qualificar os que contrariam seus caprichos como traidores e inimigos da pátria, epíteto que põe tanto a jornalistas quanto a meios de comunicação, políticos e funcionários.
Todavia, o que mais criticam ao presidente dos Estados Unidos é seu detestado costume de costurar mentiras, uma atrás da outra. Uma pesquisa do jornal “The Washington Post” revela que desde que assumiu o cargo, Trump mentiu ou adulterou declarações 13.435 vezes, o que equivale a perto de 13,5 mentiras cada dia, ou mais de uma a cada meia hora se consideramos que em seu zelo para vigiar o mundo, o presidente não dorme.
O escândalo pelas pressões contra a Ucrânia, presumivelmente utilizando a ajuda militar como chantagem em troca de que o governo de Volodimir Zelensky investigasse supostos atos de corrupção do presidenciável democrata Joe Biden e seu filho Hunter, estimulou seu costume de mentir.
Aliás, estas revelações levaram a criar uma comissão para investigar se Trump violou as leis e deve ser julgado no Senado, onde se decidirá se haverá ou não impeachment contra ele. Desde 19 de setembro passado – explica de “The Washington Post” – falou 250 mentiras a respeito.
Embora conte com um núcleo forte de simpatizantes, cresce entre a população norte-americana o sentimento de que seu presidente deve ser investigado e julgado, o que significa uma derrota às portas das eleições de 2020 que poderiam ser seu último ato.