Colômbia não fica para trás

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2019-11-04 07:39:17

Pinterest
Telegram
Linkedin
WhatsApp

G. Alvarado

As eleições regionais realizadas na Colômbia, as primeiras desde que foram assinados os acordos de paz entre um setor da guerrilha e o governo do ex-presidente Manuel Santos, foram tranquilas sendo destaque a categórica derrota da extrema-direita neoliberal e repressiva.

O grande perdedor foi o uribismo, nome da corrente política organizada no partido Centro Democrático fundado pelo ex-presidente Álvaro Uribe e ao qual pertence o atual chefe de Estado, Iván Duque, fiel amigo e aliado dos Estados Unidos.

A tranquilidade que reinou no dia dos pleitos foi precedida de uma violenta campanha, durante a qual morreram sete candidatos – homens e mulheres – que representavam partidos de esquerda, organizações progressistas ou comunidades indígenas e rurais.

Outros 88 foram ameaçados de morte ou intimidados, perto de dez sofreram atentados, outro foi sequestrado e prosseguiram os assassinatos de líderes comunitários, defensores dos direitos humanos e desmobilizados das FARC - Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.

Não obstante o clima de terror, muita gente foi votar como arma para derrotar um regime que desconhece e viola as garantias elementares da população, que ainda não sabe o verdadeiro significado da paz.

A relação de fracassos eleitorais do Centro Democrático é bem comprida e contém nomes de importantes cidades como Bogotá, Medellin, Cali, Bucaramanga, Santa Marta, Cúcuta, Monteria, César, Boyacá, Munizales e Caquetá.

Em total, das 32 governos regionais em disputa, o uribismo só ganhou em Casanare e Vaupés, o que coloca em difícil situação o presidente Duque, que também não conta com maioria legislativa.

Na capital da Colômbia, Bogotá, a candidata independente Claudia López foi eleita prefeita e se tornou a primeira mulher em obter esse cargo. Claudia obteve três vitórias: uma por sua posição política progressista, por ser mulher e pertencer à comunidade lésbica.

Para as FARC – hoje transformadas no partido Força Alternativa Revolucionária do Comum – também foi uma data propícia: dois de seus candidatos, os ex-combatentes Guillermo Enrique Torres e Edgardo Figueroa, foram eleitos prefeitos de Turbaco e Puerto Caicedo.

Por sua vez, o líder social Marino Grueso, apoiado por uma coalizão da que as FARC faziam parte, ganhou no município de Guapi, no departamento de Cauca.

Apesar da violência direitista, das manobras eleitorais dos políticos tradicionais – intimidação e compra de votos – o povo colombiano não perdeu de vista outros resultados notáveis na região, como a reeleição do presidente Evo Morales na Bolívia e a vitória de Alberto Fernández na Argentina.



Comentários


Deixe um comentário
Todos os campos são requeridos
Não será publicado
captcha challenge
up