G. Alvarado
Falta cerca de um mês para a troca de governo na Argentina e ainda não concluiu o balanço dos prejuízos deixados em quatro anos pelo governo de Maurício Macri, que provocou estragos em quase todos os setores da vida econômica e social dessa nação.
O jornal Página 12 acaba de publicar um artigo em que revela como as más decisões do governo saliente prejudicaram o setor empresarial, tanto assim que no trimestre julho-setembro deste ano houve sete falências ou declarações de insolvência ao dia.
O relatório foi preparado pelo CEPA - Centro de Economia Política Argentina, entidade governamental dirigida pelo especialista Hernan Letcher, que baseia suas análises nos boletins oficiais.
A partir de 2016 – quando começou a gestão de Macri – aumentaram as empresas que baixaram suas vendas e se endividaram ao ponto de não poderem enfrentar seus compromissos: não conseguiram pagar os salários de seus trabalhadores, seus provedores, o custo dos serviços e as dívidas com o sistema bancário.
Nos primeiros nove meses deste ano, o número de firmas que se declararam insolventes e pediram uma administração especial encarregada de negociar os credores para continuar operando foi de 475, quase todas elas na capital e nas províncias de Córdoba e Buenos Aires.
Esses três lugares, que concentram 61% do total de empresas registradas em todo o país, foram os mais prejudicados pelas políticas do governo da coalizão Cambiemos.
Quanto às falidas, o número subiu a 727 casos. Ambas as situações - as bancarrotas e as insolvências - se aceleraram em julho, agosto e setembro, e são clara mostra da crise econômica e financeira que castiga a Argentina.
Os dados do governo não desmentem a grave situação. Segundo as estatísticas oficiais, nos últimos quatro anos quase 22 mil empresas fecharam, a taxa de desemprego atingiu 10,6% e superou os dois dígitos no segundo trimestre de 2019. A queda das vendas nos comércios levava em agosto 14 meses consecutivos.
Por setores, praticamente todos estão mergulhados nesta crise, isto é, os serviços, o comércio, a indústria e até a agricultura.
Não em vão, o presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, se comprometeu a reabrir fábricas e outros negócios e dar trabalho às pessoas.
Naturalmente não será uma tarefa fácil, porque em matéria de destruição um tsunami não teria feito mais estragos que as políticas neoliberais de Maurício Macri.