O programa de medicina comunitária em Cuba, conhecido como Médico da Família, tem sido reconhecido em nível internacional. Sua aplicação contribuiu à prevenção de doenças e à melhoria notável da saúde da população nas últimas décadas, garantindo o diagnóstico precoce e a atenção médica integral.
 
Recentemente, a presidente da Confederação Ibero-americana de Medicina Familiar, Inés Padula, destacou a formação dos chamados médicos da família em Cuba. Ela falou na 5ª Cúpula Ibero-americana dessa especialidade.
 
O programa surgiu na década de 1980 por iniciativa do líder histórico da Revolução cubana, Fidel Castro. Está muito ligado aos avanços do país em matéria de saúde, com indicadores semelhantes aos de nações desenvolvidas.
 
O trabalho dos médicos e enfermeiras diretamente nos bairros tem tido um papel importante na elevação da expectativa de vida da população, hoje mais de 77 anos, e no índice de mortalidade infantil que baixou a menos de cinco para cada mil nascidos vivos.
 
Também significa um apoio às campanhas de vacinação realizadas todos os anos e à erradicação de enfermidades que já não representam um problema de saúde em Cuba. A imunização massiva de crianças, principalmente, é levada adiante junto com os CDR, Comitês de Defesa da Revolução, e a FMC, Federação de Mulheres Cubanas. Aliás, o programa nacional abrange 11 vacinas, delas oito fabricadas no país, que protegem contra 13 doenças diferentes.
 
O modelo de atendimento primário busca promover a saúde através de modificações positivas nos hábitos de vida e costumes higiênico-sanitários da população, e na transmissão de conhecimentos sobre as principais questões relacionadas com a saúde das pessoas. O principal recurso utilizado para isso é o próprio ser humano,  porque os médicos e enfermeiras situados na comunidade são os responsáveis dessa tarefa.
 
É inegável o impacto social do sistema de Médico da Família em Cuba. Por isso, no marco das transformações atuais se trata de aprofundar o trabalho e elevar a capacitação dos profissionais da saúde, dando-se ênfase à qualidade das consultas e à ampliação das pesquisas em nível de bairro.
 
Ao longo das três décadas de existência, o sistema cubano de atenção primária de saúde mostrou sua integração plena às famílias, cuja contribuição é vital para a melhoria das condições de vida da comunidade.
 
(M.J. Arce, 22 de abril)