Trump às vésperas do impeachment

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2020-01-20 12:11:14

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Por Guillermo Alvarado

O julgamento político que decidirá sobre a destituição do presidente dos Estados Unidos Donald Trump começa nesta semana, no Senado. Porém, não se pode esquivar a sensação de que se trata de um show circense de duvidoso bom gosto, e não de um processo sério.

As acusações foram formalmente apresentadas assim como os sete representantes que vão expor o caso, encabeçados pelos presidentes dos comitês de Inteligência e Judicial da Câmara Baixa: Adam Schift e Jerry Nadler.

No processo de impeachment, Trump será julgado por abuso de poder e obstrução ao Congresso ao ter pressionado o presidente da Ucrânia, Valodomir Zelensky a investigar um rival político e, mais tarde, obstaculizar a investigação dos fatos.

Comenta-se que os argumentos contra o chefe da Casa Branca são categóricos. E para dar um toque dramático ao assunto, anda no ar um possível depoimento de John Bolton, ex-assessor de Segurança Nacional de Trump, que deve conhecer uma porção de coisas de seu ex-chefe.

É claro que, no final, nada disso importa, porque o resultado se sabe de antemão: os senadores do partido Republicano, que são maioria no Senado, vão absolver Trump com ou sem provas. Aí é que vale perguntar: afinal de contas, o que é que está em jogo?

Os democratas esperam que no decurso do processo de impeachment se jogue bastante lama no presidente, suficiente para frustrar sua candidatura à reeleição. O mero fato de ser o terceiro presidente na história dos EUA em ser levado a um impeachment deixa o homem marcado, porque significa que cometeu erros suficientes para chegar a essa situação.

Por outro lado, a absolvição permitiria ao manipulador magnata passar de indiciado à vítima, o que lhe permitiria ser mais agressivo na campanha para os pleitos de três de novembro.

Derrotando o impeachment, um Trump encorajado poderia se tornar uma máquina de ganhar votos. É um risco a ser levado em conta.

Os tempos, os alegados e as circunstâncias nos mostram que não estamos diante de um processo judicial e sim de um ato de campanha, que terá incidência ao longo de 2020 e cujo efeito verdadeiro se verá nas eleições.

Não está em jogo o bem do país, nem o bem das pessoas, e sim os interesses dos partidos políticos.

Quando a líder do partido Democrata na Câmara de Representantes, Nancy Pelosi mandou o caso de impeachment contra Trump ao Senado, afirmou: “Hoje faremos história”. Pode ser que sim, mas é necessário saber se, finalmente, será para bem, ou para mal.



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