Por Maria Josefina Arce
Entre os grandes desafios do novo governo da Argentina, presidido por Alberto Fernández, está lutar contra a fome, que contunde os segmentos populacionais mais vulneráveis do ponto de visita econômico e social.
Ao assumir o governo, em dez de dezembro do ano passado, Fernández deparou com um panorama nada alentador. Durante o mandato de seu antecessor, Mauricio Macri, o número de pessoas que sofriam de insegurança alimentar tinha disparado.
Um documento da ONU, publicado no final do ano passado, revelou que durante o governo de Cambiemos (partido de Macri) subiu a cinco milhões o número de famintos na Argentina.
O informe não incluiu 2019, quando os salários despencaram 10,6% até o mês de agosto (último dado disponível) com relação à Cesta Básica de Alimentos.
Ninguém entende que num país produtor de grande quantidade de alimentos haja pessoas passando fome e mais de 40 por cento sofram desnutrição.
Dada a dificuldade do problema, o governo traçou um plano com enfoque integral, porque a insegurança alimentar está estreitamente ligada ao bem-estar social e à sua realização em aspectos como emprego, salário, saúde e educação.
Como primeiro passo, o executivo lançou o chamado Plano Nacional Argentina contra a Fome, sendo o Ministério de Desenvolvimento Social será o principal executivo.
No âmbito dessa estratégia foi implementado o Cartão de Alimentos, um subsídio para mães e pais de filhos até seis anos de idade que recebem o Subsídio Universal por Filho.
O Plano recebeu o apoio da FAO – Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação – que colocou à disposição do país sul-americano especialistas em políticas sociais e alimentares.
A cooperação é resultante do encontro que o presidente Fernández sustentou no começo deste mês em Roma com o diretor executivo do organismo internacional, Qu Dongyu.
Os enviados do organismo especializado da ONU têm previsto manter reuniões com funcionários dos ministérios de Desenvolvimento Social, de Saúde e de Relações Exteriores, e com representantes do poder legislativo e da sociedade civil.
O novo governo argentino passou das palavras às ações, pois Maurício Macri tinha deixado uma nação devastada. A piora da crise econômica durante seu mandato, uma inflação sem controle e medidas oficiais que não resolveram os verdadeiros problemas, mergulhou boa parte da sociedade na pobreza e na fome.