Por Guillermo Alvarado
A Organização das Nações Unidas publicou uma lista de 112 empresas, a maioria israelense, mas há também de países ocidentais, que atuam e obtém lucros econômicos em territórios palestinos ocupados, o que viola a legalidade internacional.
Há várias décadas, mas principalmente desde a chamada Guerra dos Seis Dias de 1967, Israel aplica uma política de criação de assentamentos sobre solos que legalmente pertencem a outro povo.
Hoje em dia, tem 240 colônias, construídas à custa do roubo de terras, a destruição de moradias, centenas de milhares de deslocados, e a edificação de muros e pontos de controle que limitam a liberdade de movimento.
Assim, Israel destrói sistematicamente a base material para a criação do Estado Palestino.
Inúmeras corporações ajudam a consumar esta infâmia, algumas bem conhecidas no âmbito econômico e comercial, como a francesa Alstom, que se dedica ao setor ferroviário, e a agência virtual de viagens de Luxemburgo: eDreams.
Igualmente, se mencionam Motorola Solutions, General Mills, Booking e Expedia, e algumas firmas norte-americanas dedicadas ao turismo.
O relator especial da ONU sobre os direitos humanos na Palestina, Michael Lynk, disse que a relação tinha sido preparada e publicada para solicitar às empresas que se comportassem em conformidade com as garantias fundamentais das pessoas.
É claro que a divulgação dessa lista provocou uma reação irracional em Tel Avive, onde foi considerada a capitulação da ONU ante as pressões exercidas por países e organizações que querem prejudicar Israel.
Os membros do governo sionista não admitem que a situação dos mais de 600 mil israelenses assentados na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental carece de amparo legal, porque sua presença ali é simplesmente um roubo de territórios alheios.
E se os chamados colonos são ilegais, também são ilegais as empresas que estão estabelecidas nos mencionados lugares, de onde os proprietários legítimos foram expulsos à força, ou assassinados.
A divulgação desses nomes é oportuna, porque ocorre quando o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se prepara a expropriar o Vale do Jordão, a terra mais fértil da Palestina, com o apoio de seu incondicional aliado: os Estados Unidos e seu presidente Donald Trump.