Por Maria Josefina Arce
A direita boliviana, quando retoma o poder, no final de 2019, por meio de um golpe de Estado contra o presidente reeleito Evo Morales começa a desarmar os programas sociais que tinham sido implementados pelo governista MAS – Movimento ao Socialismo- em favor dos segmentos populacionais mais vulneráveis.
O acesso à Saúde foi um dos primeiros direitos violados. A saída dos médicos cubanos da Bolívia devido à campanha lançada contra eles prejudicou os bolivianos que viram afetados seu acesso ao atendimento sanitário gratuito e de qualidade.
O panorama se complicou agora com a propagação da Covid-19. Os profissionais da saúde bolivianos questionaram a gestão das autoridades, as quais mentiram sobre a verdadeira situação da infraestrutura hospitalar, que não conta com os insumos necessários para combater uma doença de rápido contágio.
Mesmo assim, o governo rejeitou a recomendação de alguns setores do país de pedir ajuda a Cuba, que tinha manifestado disposição de contribuir com pessoal especializado e o medicamento Interferon Alfa 2B, de uso bem-sucedido combinado com outros no combate à Covid-19.
Bolívia é uma das nações que menos testes de diagnóstico da doença realiza, portanto não se sabe ao certo a magnitude do contágio e como evitar sua propagação. O governo golpista admite em média uns 50 testes ao dia.
O próprio ministro da Saúde Marcelo Navajas reconheceu a falta de capacidade para aumentar o número de exames tão necessários para detectar os focos de infecção e parar a expansão da doença.
Os profissionais da saúde também não contam com os elementos de proteção necessários, muitas vezes são obrigados a comprá-los com seu próprio dinheiro, porque as autoridades sanitárias não lhes proporcionam.
A quarentena foi implementada no país, mas não se realiza pesquisa permanente, nem se isolam os contatos dos doentes, sendo este um passo imprescindível para cortar a cadeia de contágios.
Bolívia tem, hoje, uns mil casos confirmados da Covid-19, conforme dados publicados pelo governo. O panorama continua se complicando, mesmo assim o governo golpista perde seu tempo perseguindo os simpatizantes do MAS e do ex-presidente Evo Morales, porque tem medo de perder o poder que obtiveram ilegalmente.