Por Guillermo Alvarado
Os últimos cinco anos foram os mais quentes no planeta. Tal tendência continuará inalterável nos próximos anos, de 2020 a 2024, avisaram especialistas da Organização Meteorológica Mundial, conhecida pelas siglas OMM.
Aliás, o mês de junho passado foi o mais quente na história, mas estima-se que os termômetros vão subir muito mais no futuro em consequência de atividades humanas, como o desmatamento, a emissão de gases poluentes e o crescimento sem controle das cidades. Aliás, já temos uma subida de 1 grau centígrado com relação à chamada era pré-industrial de 1850 a 1900.
A OMM adverte sobre a possibilidade de que em alguns meses dos próximos cinco anos a temperatura supere em 1 grau e meio a média abrindo assim o caminho para a chegada de eventos naturais desastrosos, como intensas secas, incêndios florestais ou graves enchentes.
Isto coloca em risco as metas propostas no Acordo de Paris sobre Mudança Climática, que ainda não entrou em vigor e está cheio de incertezas quanto ao propósito de alcançar um aquecimento global menor de dois graus centígrados antes do final do século.
Em nossos tempos já estão ocorrendo mudanças drásticas em lugares que são habitualmente frios, como a Sibéria, onde se registrou a inédita temperatura de 38 graus, ou no Ártico, onde o termômetro alcançou dez graus acima da temperatura normal.
A organização também explicou que a diminuição da emissão de dióxido de carbono e de outros gases poluentes à atmosfera durante a quarentena pela pandemia da Covid-19 não terá efeito notável de longo prazo na mudança climática.
A queda ocorreu de fato, mas foi um intervalo curto, insuficiente para alterar o fenômeno do aquecimento de maneira significativa, levando em conta que o ser humano leva séculos agredindo seu meio natural.
O que pode acontecer é que a crise sanitária e econômica de alcance mundial devido ao coronavírus se adicione aos transtornos climáticos para dificultar ainda mais a vida de boa parte da população.
Esta seria uma boa ocasião para que os líderes mundiais concentrassem esforços em cortar a poluição e modificar os modelos irracionais de produção e consumo que fazem com que o planeta tenha febre.
Para consegui-lo precisa-se de vontade política coletiva que coloque o futuro de nossa espécie acima de considerações individuais ou da ambição excessiva de ganho e acumulação de riquezas.