Por Guillermo Alvarado
A morte do advogado Javier Ordoñez na cidade de Bogotá conturbou a sociedade colombiana. Ele tinha sido imobilizado contra o chão por dois policiais que lhe aplicaram descargas elétricas várias vezes.
Inúmeras pessoas presenciaram e gravaram a brutal agressão tentando em vão ajudar a vítima.
Após a violenta detenção, o advogado foi levado a uma delegacia de polícia e de lá a uma clínica onde morreu. Segundo sua família, Ordoñez, 46 anos, não tinha cometido nunca contravenções penais, e nenhum delito que justificasse um ataque tão selvagem.
A prefeita da capital da Colômbia, Claudia López, disse que o crime tinha sido um abuso inadmissível e reclamou da polícia que pedisse desculpas e castigasse exemplarmente os culpados.
A vereadora Heidy Sánchez comparou o caso com a morte, nos Estados Unidos, de George Floyd, sufocado por um policial que exerceu pressão com o joelho no pescoço da vítima.
Após a morte de Ordoñez houve manifestações de protesto em Bogotá, a capital, que culminaram em confronto entre a polícia e grupos violentos e o saldo foi mais de dez mortos e inúmeros feridos.
Os acontecimentos revelaram que a polícia utiliza pistolas de eletrochoque, do tipo taser, que causaram mais de 300 mortos em diferentes países do mundo.
Esse artefato lança dois dardos unidos a fios que descarregam eletricidade, cuja intensidade e voltagem pode variar e imobiliza a pessoa ao paralisar seus músculos.
Supostamente não provocam danos, porém tem suficiente documentação que prova o contrário. O Comitê da ONU contra a Tortura recomendou aos países membros da organização que desistissem de usar esse tipo de armas.
Explica que a dor que a descarga provoca é intensa, pode ser equiparada a um modo de tortura.
Pessoas com doenças cardiovasculares, respiratórias agudas ou que tiverem um marca-passo podem morrer na hora.
No caso de Ordoñez, as testemunhas garantem que sofreu várias descargas elétricas apesar de ter pedido a seus agressores que, por favor, parassem com isso.
Um comportamento verdadeiramente criminoso por parte dos que, supostamente, têm a missão de zelar pela segurança dos cidadãos.