As violações dos direitos humanos e políticos no Equador alarmam América Latina

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2020-09-22 14:07:59

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Por Maria Josefina Arce

A tensa e complicada situação reinante no Equador alarma a América Latina. As violações dos direitos humanos e a perseguição política são observadas atentamente nos meses que antecedem as eleições gerais de 2021 naquele país.

O Equador se transformou totalmente desde que Lenin Moreno assumiu a presidência, em 2017. Desde então, colocou-se em prática uma estratégia neoliberal que destruiu os avanços obtidos pela Revolução Cidadã nas áreas social e econômica.

O sistema sanitário colapsou literalmente diante do elevado número de contagiados e mortos pela Covid-19. Por sua vez, os profissionais da saúde pedem insumos e equipamentos para poder salvar vidas.

O governo de Moreno aplica cortes, também, em outras áreas, como a educação, para satisfazer o Fundo Monetário Internacional no meio da pandemia. Nestas circunstâncias tão difíceis seria preciso ajudar os segmentos populacionais mais vulneráveis, simplesmente esquecidos e abandonados ao acaso.

O panorama não podia ser pior. De um lado, o Equador recua na área social e econômica. Do outro, endurece a perseguição contra ex-dirigentes e ex-funcionários que simpatizam com a Revolução Cidadã do ex-presidente Rafael Correa.

A direita equatoriana quer varrer do mapa político todos que ameacem suas aspirações de permanecer no poder, um roteiro que se repete em outras nações da região.

A situação é tão grave que ex-presidentes e antigos chanceleres latino-americanos pediram às autoridades que respeitassem o processo eleitoral. E manifestaram preocupação com a proscrição da Revolução Cidadã, de Rafael Correa, cuja candidatura à vice-presidente foi inabilitada ao ser ratificada em tempo recorde uma sentença contra ele por suposto caso de corrupção.

Em carta aberta, os políticos consideram que no Equador se viola o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos da ONU e a própria Constituição, aprovada por amplo consenso popular em 2008.

Na semana passada, o Conselho Nacional Eleitoral, riscou do cadastro de partidos políticos a Força Compromisso Social, o partido em que Revolução Cidadã tinha encontrado um espaço de participação nas eleições do próximo mês de fevereiro.

A Coordenadora pela Paz, Soberania, Integração e Não Ingerência, do Equador, pediu à ONU que visitasse o país para constatar in loco as graves violações que estão ocorrendo.

O Equador não é nem de longe o país que era faz três anos atrás. Muita gente morre pela Covid-19, a pobreza se apodera da nação e boa parte da população vê cada vez mais longe um futuro melhor. Entrementes,  são perseguidos aqueles que representam uma opção politicamente válida para uma nação que mergulha outra vez no neoliberalismo . Bem antes dos pleitos, o Equador vive hoje uma fraude eleitoral.

 



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