Police throw 16-year-old off bridge into river. (Photo: teleSUR)
Por: Maria Josefina Arce
A repressão policial revive no Chile, a sociedade local conhece de perto essa violência, que faz lembrar aqueles tristes anos de ditadura militar.
Detenções arbitrárias, torturas, uso exagerado da força pelos carabineiros contra manifestantes caracterizaram a ditadura, instaurada na década de 1970, após o golpe militar contra o então presidente Salvador Allende.
A indignação tornou a crescer quando as pessoas viram o vídeo nas redes sociais e na televisão que mostra um carabineiro que pega um adolescente numa ponte e o joga no rio Mapocho, em Santiago do Chile, durante protestos em dias passados.
A cena brutal provocou novas manifestações contra o comportamento violento das forças policiais. Umas 30 pessoas foram detidas.
A Procuradoria Centro Norte mandou prender o carabineiro que atirou o garoto da ponte. Os altos mandos se contradizem na hora de minimizar o lastimável acontecimento, o que vem provocando fortes críticas contra o governo do presidente Sebastián Piñera levando em conta a impunidade com que atua a polícia. Por sinal, Piñera não deu muita bola ao abuso. Em lacônico comunicado, simplesmente condenou qualquer tipo de violência.
A população indignada exige a demissão do general Mario Rozas, diretor dos carabineiros, um corpo que acumula volumoso dossiê negativo.
Rozas desmentiu várias vezes os excessos cometidos pela polícia. Vale recordar que no mês de outubro do ano passado, quando começaram os protestos, falou que sob seu comando nenhum policial será demitido fizesse o que fizesse.
Um relatório do Ministério Público confirmou que desde outubro de 2019, quando ocorreu a explosão social no país, houve mais de 8.500 violações dos direitos humanos cometidas pela polícia.
E menos de um por cento dos policiais que cometeram os abusos foram julgados. A sociedade pede que esse corpo seja emendado, porquanto reage com brutal violência diante de qualquer situação. Porém, muitos acham que o atual governo e a direita chilena não farão mudanças importantes.
Para o acadêmico Mario Alvarez, o presidente Piñera apostou em defender os carabineiros e estes o defendem com força ante o descontentamento popular.