Por Guillermo Alvarado
A Organização Meteorológica Mundial - OMM – informou que o evento conhecido como La Niña está por trás de vários fenômenos climáticos ocorridos neste ano e vai manter seu efeito durante 2021, só muda a intensidade, a que será de moderada a forte.
Isto significa que em alguns lugares, como a porção norte da América do Sul, haverá copiosas chuvas e tempestades e na África Oriental e Ásia se viverá períodos de estiagens que vão influir na capacidade para garantir a alimentação de seus habitantes.
La Niña consiste no resfriamento em grande escala da superfície do oceano Pacífico equatorial e central acompanhada de mudanças na circulação atmosférica, como ventos, pressão e precipitações.
Com seu oposto El Niño que gera calor na superfície marinha, são os principais eventos climáticos naturais do planeta que coincidem com o aquecimento global provocado pela atividade do ser humano que se tornou a principal ameaça para a vida de nossa espécie.
Assim explicou o professor Petteri Paalas, secretário geral da OMM. Ele realçou que os efeitos no clima regional de ambos os fenômenos nunca são iguais de um período a outro, porque dependem de muitos fatores.
O número incomum de furacões neste ano, que obrigou as autoridades meteorológicas a utilizarem as letras do alfabeto grego para denominá-los tem a ver com La Niña, que não aparecia desde 2010-2012.
Além do número, aumentou também a intensidade, como ocorreu com o furacão Zeta, que entrou faz alguns dias nos Estados Unidos, onde provocou ao menos seis mortos e consideráveis prejuízos materiais em milhões de casas, plantações e serviço de energia elétrica.
La Niña está ligada a períodos de temperatura fria, porém esta característica será anulada pela subida do calor na atmosfera por causa dos gases de efeito estufa.
A OMM está articulando ações com governos e organizações para atenuar os eventuais danos que este fenômeno causará no ano que vem, especialmente em regiões pobres da África, que sofreram devastadora praga de gafanhotos em 2020 e as aguarda a ausência de chuvas.
Sempre existiram os eventos naturais, mas de algumas décadas para cá são agravados pelo comportamento irresponsável do homem, que teima em destruir o meio ambiente para satisfazer caprichos e fantasias.