Ataque terrorista en Viena. EFE
Guillermo Alvarado
O extremismo torna a atacar na Europa, desta feita na Áustria, uma nação relativamente pacífica, que tinha vivido à margem desse tipo de ações, que causam temor entre a população do continente faz vários anos.
Na última noite antes de serem implementadas medidas restritivas para conter a segunda onda da pandemia da Covid-19, um sujeito armado com fuzil, revolver e facão, atirou desde vários pontos da cidade de Viena, matou quatro pessoas e feriu perto de vinte.
O facínora se moveu rapidamente por diferentes lugares do centro da capital austríaca e, por precaução, foi necessário esvaziar o teatro da Ópera, situado bem perto do lugar dos acontecimentos;
Finalmente, a polícia conseguiu abater o agressor, um homem de 20 anos com dupla nacionalidade, austríaca e macedônia, que tinha sido condenado em 2019 a 22 meses de cadeia porque queria viajar à Síria para aderir aos bandos do grupo Estado Islâmico.
Aparentemente, completou sem contratempos o programa de readaptação que aplicam as autoridades locais nestes casos, e foi colocado em liberdade antes de cumprir a sentença.
Os fatos demonstram que o indivíduo ainda estava sob os efeitos do rancor que incutiram nele os recrutadores do Estado Islâmico que, durante anos, tentou derrubar o governo da Síria e estabelecer um califado terrorista nessa região.
Muitos jovens europeus foram procurados por redes clandestinas, que atuam quase sempre por meio da internet e caíram nas mãos de organizações que os incitavam a somar-se a essa cruzada de ódio.
Infelizmente, também houve altos responsáveis de alguns governos que, nos anos mais cruentos da guerra imposta à Síria, convocaram a derrocar Bashar al Assad por todos os meios, o que serviu de pretexto para muitos se aliarem ao extremismo.
Pessoas sensatas advertiram sobre os perigos futuros dessas adesões e se criaram leis para punir os recrutadores e recrutados e, inclusive, para repatriar os que já tinham viajado ao Oriente Médio.
Mas a semente já tinha germinado como provaram os ataques ocorridos na França e mais recentemente em Viena, cidade que outrora tinha sido a capital da música mais formosa composta por um gênio.
Que as balas, a morte e a dor calaram os acordes da Ópera de Viena, que dava sua última função antes do confinamento pela Covid-19 , é um presságio obscuro para nossa espécie, capaz do mais sublime e do mais infame.