En Georgia, Estados Unidos, ya deportaron a seis mujeres que denunciaron maltratos de un ginecólogo. Imagen / La Voz.
Por Guillermo Alvarado
As autoridades migratórias dos Estados Unidos começaram a deportar as mulheres que tinham denunciado abusos médicos, cirurgias e tratamentos para esterilizá-las, enquanto permaneciam num centro de detenção temporário em Georgia.
Até agora, o Serviço de Imigração e Controle de Aduanas ICE por suas siglas em inglês, devolveu a seu país seis mulheres e ao menos outras sete foram notificadas de que serão expulsas em breve.
As detidas se queixaram de um médico que, sem a autorização delas, teria extraído seus úteros e ovários, e prescreveu medicamentos para que não pudessem engendrar.
O governo do México pediu formalmente informação do assunto aos Estados Unidos e se sabe que a Secretaria de Relações Exteriores mexicana entrevistou várias migrantes.
O médico, identificado como Mahendra Amin, negou que tivesse feito isso, porém informações obtidas por advogados e a agência noticiosa norte-americana Associated Press, divulgadas pelo jornal mexicano La Jornada, parecem confirmar as queixas das mulheres.
As deportações teriam por objetivo afastar testemunhas de uma injustiça. Um escândalo que provavelmente salpicaria o ICE.
Em verdade, seria uma ignomínia multiplicada por dois contra essas mulheres, porquanto a presença delas nos centros de detenção migratória dos Estados Unido se deve, quase sempre, a que em seu país também foram vítimas de abusos e praticamente expulsas por causa das condições de vida que padeciam.
A investigadora Susanne Willers explica que a migração é um dos meios que utilizam as mulheres para fugir da violência, tanto econômica, quanto social ou familiar que padecem em seu lugar de origem.
As mesmas razões que as levam a viajar em condições perigosas se agravam durante o trajeto, especialmente em território mexicano, onde frequentemente são vítimas de malfeitores, narcotraficantes, vigaristas ou traficantes de pessoas, estes combinados às vezes com autoridades locais.
Willers detalha que as poucas que conseguem atravessar a fronteira com os Estados Unidos não correm melhor sorte naquele país, onde são capturadas e tratadas como delinquentes e seus direitos humanos espezinhados sem piedade.
Foi isso que aconteceu no centro de detenção de Iswin, Georgia, onde as mulheres estão sofrendo pela segunda vez a mesma desgraça: abusadas e expulsas.