Esclavitud moderna.Foto: EFE.
Por Guillermo Alvarado
A escravidão acompanha o ser humano praticamente desde os primeiros dias da história. Tem gente que pensa que é coisa do passado, não percebem que milhões continuam forçados à escravidão.
O Dia Internacional pela Abolição da Escravatura foi estabelecido pelas Nações Unidas justamente para chamar a atenção sobre um drama que pode ocorrer perto de nós e passar despercebido.
Laceram as imagens do passado sobre esta forma brutal de desprezo pela vida dos outros, porém não são menos horrorosas as imagens em nossos dias, que os grandes meios de comunicação escondem ou destroem por piedade, ou maldade, quem sabe.
A Organização Internacional do Trabalho - OIT – revela que há 40 milhões de pessoas submetidas a diferentes formas de escravidão, hoje em dia.
Dessas pessoas, 71 por cento, isto é 29 milhões, são mulheres ou meninas. Estima-se que 10 milhões de crianças de diferentes lugares do mundo são escravos.
As formas que adota esse negócio são várias, entre as mais conhecidas aparecem o chamado trabalho doméstico, a exploração de trabalho e sexual e o casamento à força de menores de idade. Os números são aproximados porque muitas vezes o trabalho infantil não está incluído no conceito de escravidão moderna.
A ONU estima que 152 milhões de crianças sejam exploradas no trabalho, a maioria na África, Ásia e o Pacífico, mas também na Europa, Estados Unidos, América Latina e o Caribe.
É um assunto que deveria ser visível e condenado com mais força. Não é exclusivo de países pobres, também ocorre no mundo desenvolvido onde se amassam enormes fortunas com trabalho escravo.
Vale recordar que muitas potências, que nasceram graças ao comércio de escravos nos tempos da colonização de nosso continente, ainda não compensaram as vítimas. Uma tragédia humanitária dessas proporções merece muito mais do que discursos, palavras bonitas ou pedir perdão.
O prejuízo causado ainda é visível na África, na América e noutros lugares do mundo. Os herdeiros dos escravagistas, portanto, devem compensar os descendentes dos escravos. É o mínimo que podem fazer.