Por: Guillermo Alvarado
Em 11 de janeiro de 2020, faz um ano, se informou da primeira morte pela Covd-19. Desde então, 90 milhões de pessoas contraíram a doença, 1,94 milhões morreram e outros 100 milhões caíram na pobreza.
Conforme dados veiculados pelo Banco Mundial, as metas de desenvolvimento fixadas para 2030 não poderão ser atingidas, porque boa parte da população não conseguirá satisfazer suas necessidades básicas até muito tempo depois de acabar a pandemia.
O organismo detalhou que em 78 dos 91 países dos que registram dados sobre o comportamento da economia em 2020, as desigualdades vão aumentar devido à pior queda nos últimos 90 anos.
Assim explica um relatório que leva por título “Uma mudança de sorte”, que assinala: até 2019, milhões de seres humanos tinham conseguido esquivar a pobreza extrema, mas a recessão destruiu suas possibilidades.
Isto significa que para além dos que padeciam carências crônicas, especialmente na zona rural, agora existe uma grande massa de pobres nas cidades, muitos com certo grau de escolaridade, que trabalhavam nos setores da construção, serviços e fábricas.
É uma situação de longo prazo, que se estenderá provavelmente para lá de 2030 e terá efeitos negativos em toda uma geração, é um problema de magnitude colossal, afirma o Banco Mundial.
Mas acontece o seguinte. De um lado, a pobreza cresceu como nunca antes tinha ocorrido. Do outro, os mais ricos, que representam apena 0,001 por cento da população mundial, isto é, umas 500 pessoas conseguiram multiplicar suas fortunas.
Um índice de multimilionários elaborado pela corporação Bloomberg assinala: em 2020 essas pessoas ganharam, em total, um trilhão 800 bilhões de dólares, 31 por cento a mais do que no ano anterior.
Os cinco sujeitos mais ricos do planeta possuem agora bens pessoais superiores aos 100 bilhões de dólares, uma riqueza obscena num planeta onde há tanta miséria e necessidades.
Se alguma vez tinha surgido a esperança de que esta pandemia nos levasse de algum modo a um mundo melhor, a realidade nos mostra que foi mera ilusão, porque a maioria é cada vez mais pobre e o punhado de ricos é cada vez mais poderoso.
O mundo vive e sofre um sistema nefasto, onde quem nada em ouro estabelece as regras de jogo.