Argentina concentra esforços em eliminar antigo problema

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2021-02-11 22:06:52

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Imagen tomada de El Periódico.

Por: Maria Josefina Arce

América Latina é a segunda região mais perigosa do mundo para as mulheres. Lá se acham 14 dos 25 países que exibem as mais elevadas taxas de feminicídios por motivo de padrões socioculturais machistas, adverte a ONU.

A Covid-19 complicou a situação, concretamente na Argentina, onde, no ano passado, 300 mulheres foram assassinadas e houve 278 tentativas de homicídios.

O fenômeno se agravou a partir de março do ano passado, quando o governo estabeleceu a quarentena para conter a pandemia. As informações compiladas pelo Registro Nacional de Feminicídios das Mulheres da Matria Latino-Americana revelam que em 40 por cento dos casos a vítima e seu assassino viviam juntos.

Ao longo de 2020, as ligações à linha de ajuda aumentaram 21,4 por cento com relação ao ano anterior. Noventa por cento guardavam relação com casos de violência doméstica.

Este ano também começou mal. Já somam mais de 30 mulheres e meninas mortas. As estatísticas revelam que há um feminicídio cada 24 horas.

O governo do presidente Alberto Fernández, preocupado com a situação, lançou diversas iniciativas, uma delas é o Programa Interministerial entre as pastas de Segurança e Justiça para a abordagem integral da violência extrema.

Em setembro passado, se implementou o programa Acompanhar, no qual se investiu 4,5 bilhões de pesos para apoiar economicamente as mulheres em risco.

O problema é antigo. Durante os dois mandatos de Cristina Fernández de Kirchner se adotaram medidas para diminuir a incidência desse mal que abala a sociedade argentina.

De 2007 a 2015, o governo de Cristina de Kirchner sancionou a Lei de Tráfico de Pessoas e Assistência às suas vítimas como medida de proteção de todas as mulheres menores e adultas que tivessem sido exploradas.

Igualmente, baixou decreto para eliminar a difusão de imagens e mensagens que estimulassem a exploração sexual.

Em 2012, a Câmara de Deputados aprovou norma que endureceu a pena de homicídio de uma mulher.

Porém, ainda há muito caminho pela frente. Por isso, parentes das vítimas de feminicídio se congregam duas vezes ao mês na emblemática Praça de Maio, em Buenos Aires, e noutros lugares da Argentina, para visibilizar a violência patriarcal, porque ser mulher não se pode pagar com a vida.  



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