Por: Maria Josefina Arce
Os efeitos das medidas aplicadas pelos Estados Unidos contra Venezuela são devastadores para a população.
Em recente visita a esse país sul-americano, onde percorreu vários estados e conversou com as autoridades, a Relatora Especial da ONU para os Direitos Humanos, Alena Dohan, afirmou que as considerações humanitárias devem prevalecer sobre as políticas, porquanto as sanções afetam notavelmente os venezuelanos.
A hostil postura dos EUA, que teima em derrubar a Revolução Bolivariana, impede que o governo de Caracas implemente novos programas sociais e consolide os já existentes que beneficiam a população. A funcionária da ONU confirmou essa situação.
Entidades norte-americanas tiveram de admitir o dano causado pelas sanções. A Agência de Responsabilidade Governamental dos Estados Unidos assinalou num relatório – sempre com palavras dúbias – a deterioração da economia venezuelana.
Sem calcular danos, nem mencionar sua incidência negativa na vida dos cidadãos, indica que a economia da Venezuela foi encolhendo sistematicamente durante quase dez anos, e caiu estrepitosamente desde 2015, especialmente a partir de 2018, um ano de marcante hostilidade.
Como era de se esperar, o relatório trata de minimizar a responsabilidade dos Estados Unidos e quer mostrar que as sanções não restringem a ajuda humanitária.
A verdade é que esta guerra não declarada de Washington incide negativamente sobre a saúde, pesquisas, educação, alimentação, esporte e cultura, entre outras áreas.
Impede a compra de medicamentos, equipamentos e outros insumos. Uma realidade que endureceu no meio da Covid-19, ao obstaculizar a compra de vacinas e através do roubo de ativos venezuelanos no exterior.
Foi barrada a entrada de alimentos distribuídos pelos Comitês Locais de Abastecimento e Produção, um sistema de organizações populares para levar bolsas de comida casa por casa.
Venezuela vem resistindo anos de agressões. Os ataques começaram em 1999, depois de Hugo Chávez ter assumido a presidência. As agressões contam, desde então, com o apoio da oposição venezuelana à violência, inflação induzida e ameaças de intervenção, entre outras.
A ordem executiva de 2015, que qualificava Venezuela como ameaça à segurança nacional dos EUA, conduziu ao aumento dos atos hostis, que se multiplicaram durante o governo de Donald Trump.
Sempre o mesmo falso argumento: uma suposta preocupação com o bem-estar dos venezuelanos, mas com os olhos postos nas riquezas naturais daquele país.
Venezuela é dona da maior reserva provada de petróleo no mundo e possui riquezas naturais como ouro, diamantes e coltan.
A história dos Estados Unidos com América Latina é a soma de intromissões norte-americanas, desde apoio a golpes de Estado até intervenção armada. Venezuela, com seus abundantes recursos e sua postura soberana e independente leva anos na mira do vizinho do Norte, que, naturalmente não se importa com o sofrimento que pode causar a um povo inteiro.