Por: Guillermo Alvarado
A desacreditada OEA – Organização de Estados Americanos – não hesitou em defender a ex-presidente golpista da Bolívia, Jeanine Áñez, presa juntamente com seus cúmplices faz alguns dia atrás por delitos de sedição, terrorismo e conspiração.
Um comunicado do também chamado “ministério de colônias de Washington” afirma que essas pessoas deveriam ser colocadas em liberdade “até contarem com processos e mecanismos imparciais para determinar suas responsabilidades”.
E tem mais. O texto realça que a OEA toma nota “ante o abuso de mecanismos judiciais que se transformaram de novo em instrumentos repressivos do partido de Governo”.
Esses senhores, chefiados pelo tristemente célebre Luis Almagro, onde vivem?
Ocorre que os “processos e mecanismos imparciais” já existem, estão incluídos nas leis da Bolívia, que, faz poucos meses, tornou a ser uma nação ordenada jurídica e institucionalmente, onde reina a tradicional separação de poderes que caracterizam um Estado normal.
Quando não havia processos e mecanismos imparciais? Durante o governo golpista!
Por acaso pensam na OEA que ninguém se lembra mais dos massacres de Senkata e Casaba, onde se violaram as leis e os direitos humanos e houve civis mortos e feridos devido ao uso desmedido da força.
Ao ser dado o golpe de Estado, se ignoraram vários artigos da Constituição da Bolívia. E a posse de Áñez foi um ato irregular, dirigido pelas Forças Armadas e não pelo organismo legislativo como mandam as leis desse país.
À diferença do acontecido durante o governo golpista, a detenção de Jeanine Áñez cumpriu todos os passos legais estabelecidos, não foi contrária à lei, porque havia ordem de prisão prévia, não houve maus-tratos e ela nem sequer foi algemada, como mostram as imagens.
Os delitos que cometeu estão tipificados no Código Penal.
Almagro nunca se preocupou com o destino de Evo Morles, perseguido com sanha pelos autores do golpe, nem condenou o afastamento dos ex-presidentes Fernando Lugo, do Paraguai, e Dilma Rousseff, do Brasil.
Contudo, se aflige por Jeanine Áñez. Provavelmente porque ambos são farinha do mesmo saco.