Prensa Latina
Por: Guillermo Alvarado
Faltam poucos dias para as eleições presidenciais no Peru, previstas para o próximo domingo, 11 de abril. Há 18 candidatos e nenhum deles tem mais de 10 por cento de intenções de voto, portanto, a única certeza é que haverá segundo turno em seis de junho.
A maioria das pesquisas revela que apenas seis candidatos têm possibilidades sérias de ficar nos dois primeiros lugares e disputar a presidência no segundo turno.
São eles o ex-congressista Jonhy Lezcano, o neoliberal Hernando de Soto, Keiko Fujimori, da extrema-direita, o ex-jogador de futebol George Forsyth, o conservador Rafael López Aliaga e a candidata progressista Verónika Mendonza.
De todos eles, a última é a única que possui um programa destinado a favorecer os segmentos populacionais mais humildes, atenuar a influência do Fundo Monetário Internacional – FMI -, consolidar a soberania do país e se juntar aos esforços pelo fortalecimento da integração regional.
É a segunda vez que concorre à presidência, porém não a favorece o fato de a esquerda peruana estar dividida, como aconteceu em 2016.
Como se não bastasse, os grandes meios de comunicação e os setores poderosos da economia não param de atacá-la para afugentar os eleitores que tivessem intenção de votar nela.
Keiko Fujimori, cujo pai, Alberto Fujimori está preso por violações dos direitos humanos durante seu mandato, tem causa pendente por lavagem de dinheiro e perdeu boa parte de sua base eleitoral nos últimos anos.
A luta nos setores da direita neoliberal está apertada entre De Soto, Lezcano e López Aliaga, os três com as mesmas possibilidades praticamente. Já Forsyth está momentaneamente fora do páreo após ter dado positivo por Covid-19.
Por sinal, a pandemia representa um dos maiores desafios naquela nação, onde há um milhão 580 mil contagiados e quase 53 mil mortos, embora esses números provavelmente não reflitam a realidade, porque em muitos lugares os registros são inexatos.
O Peru está atravessando uma dura crise institucional e a confiança das pessoas nos partidos políticos é mínima. Sem dúvida, a desconfiança e a Covid-19 vão repercutir negativamente nos pleitos, em outras palavras, certamente pouca gente irá a votar.
Com toda razão, o analista peruano Fernando Tuesta disse que esta será a eleição com maiores incertezas que tenha ocorrido naquele país.