Maria Josefina Arce
A cada ano, morrem mais de 30 mil pessoas nos Estados Unidos em incidentes que envolvem armas de fogo. Desde suicídios até grandes tiroteios. Um número de arrepiar que ao invés de diminuir aumenta, porquanto a venda de armas naquele país sobe em disparada.
Os norte-americanos possuem o maior número de armas por pessoa no mundo. Segundo estudos, quatro de dez cidadãos possuem um revólver ou moram numa casa onde há armas de fogo.
A violência nos Estados Unidos associada a armas de fogo é uma pandemia, teve de admitir o presidente daquela nação Joe Biden. A verdade é que nem a emergência sanitária pela Covid-19, que levou ao confinamento, conseguiu conter esses lastimáveis acontecimentos.
Nos quatro primeiros meses deste ano houve em território norte-americano mais de 150 grandes tiroteios, algo que já faz parte do dia a dia da nação.
No ano passado, só no mês de junho, um dos mais críticos da Covid-19 nos Estados Unidos, se venderam dois milhões 500 mil armas de fogo, um número recorde, segundo o jornal The Washington Post.
E mesmo no meio dessa alarmante situação continuam defendendo a controversa Segunda Emenda da Constituição, que garante o direito dos cidadãos de portarem armas, para dar luz verde ao comércio desses artefatos. Um juiz federal acaba de declarar inconstitucional a proibição de aquisição de armas de assalto na Califórnia, uma lei em vigor há 32 anos e constantemente atualizada para controlar esse tipo de artefato.
A decisão desencadeou a polêmica e o repúdio das autoridades estaduais, porquanto traz à tona a possibilidade de portar rifles, entre eles o AR-15, uma arma de guerra.
A decisão judicial aparece justamente quando o presidente Biden pediu ao Congresso maior compromisso e que proíba as armas de assalto.
Até agora, tem sido missão impossível nos Estados Unidos brecar a violência provocada pelas armas. O controle de armamento não é prioridade dos políticos norte-americanos, muitos deles ligados à influente Associação Nacional do Rifle.
O ex-presidente Barack Obama esbarrou na resistência do Congresso a aprovar medidas mais severas com relação ao assunto. Não teve outra opção, senão recorrer a decretos presidenciais.
Porém, depois chegou Donald Trump e derrogou, por exemplo, em 2017 um regulamento adotado por Obama para manter s armas de fogo longe de pessoas que sofressem de alguma doença mental grave.
Cada dia aumenta nos Estados Unidos o número de vítimas mortais por armas de fogo, é vista como uma crise de saúde pública. Mesmo assim, os políticos não fazem nada, são muitos os interesses ocultos, muito mais importantes para alguns do que a vida humana.