Se ha logrado frenar parte de la lesiva agenda, pero el mal gobierno continúa.
Maria Josefina Arce
Incontáveis abusos policiais foram cometidos na Colômbia nos protestos que abalam essa nação sul-americana faz mais de um mês. Dezenas de mortos, prisões arbitrárias, desaparecidos e casos de violência sexual são algumas das violações de direitos humanos cometidas.
Este é o pano de fundo de outras transgressões que não cessam contra a população civil, como as matanças cometidas por grupos armados ligados ao tráfico de drogas.
Nos primeiros cinco meses deste ano, houve mais de 40 acontecimentos desse tipo e 158 mortos.
Os moradores das zonas rurais não têm folga. Diante de seus olhos disparam os assassinatos e o governo do presidente Duque não faz nada para resolver o assunto. É como se não fosse com eles.
Pouco se pode esperar de um governo que não se importa com as chacinas, classifica-as de homicídios. Além disso, militarizou as cidades ao estourar a revolta social contra uma reforma tributária que acabou se transformando num enorme protesto contra as desigualdades existentes, a falta de oportunidades para a juventude, a brutalidade policial, a violência e o racismo.
Uma violência sem limites conturba o país. Inúmeros líderes sociais, indígenas, defensores dos direitos humanos e outrora combatentes da das ex- Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia foram assassinados nos últimos anos.
Tudo isso apesar de os acordos de paz assinados em 2018 entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia e o governo do então presidente Juan Manuel Santos conterem os mecanismos necessários para pôr fim a essa problemática.
Em 2020, no meio da emergência sanitária pela Covid-19, ocorreram em território colombiano mais de 90 chacinas e morreram 381 pessoas.
De acordo com a ONU, o número mais elevado de matanças nos últimos seis anos ocorreu em 2020.
Essa situação traz consigo outra tragédia: os deslocamentos forçados. Perto de 32 mil pessoas se viram obrigadas no ano passado a abandonar seus lares por culpa dos grupos armados irregulares que atuam em várias regiões do país.
Os departamentos de Nariño, Antioquia, el Chocó, Norte de Santander, Córdova e Cauca foram os lugares mais castigados.
O mais recente informe da Agência da ONU para os Refugiados revela que a Colômbia ocupa o primeiro lugar em nível mundial quanto ao número de pessoas expulsas de seus lugares de residência.
O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz lamentou que o atual governo continuasse ausente nos lugares anteriormente mencionados, onde grupos irregulares impõem suas decisões, buscam controlar os trajetos do tráfico de drogas e dominar agricultores, indígenas ou afro-colombianos.
O medo, a violência e a morte reinam em várias regiões da Colômbia, onde o governo não aparece, não cumpre o estipulado nos acordos de paz e abandonou seus moradores deixando-os à mercê da crise humanitária em que se debatem.