De “democracias” e eleições

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2021-06-29 21:06:16

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Guillermo Alvarado

Passaram-se três semanas depois do 2º turno das eleições presidenciais no Peru e ainda não se proclamou o vencedor dos pleitos. Nesse período de tempo subiu à tona a podridão das democracias eleitoreiras.

A direita de Lima, onde se concentra o poder financeiro, midiático e político, está fazendo tudo para evitar que seja declarado presidente o professor Pedro Castillo, que ganhou com mais de 40 mil votos de Keiko Fujimori.

Como uma espécie de Trump andino, a filha do ex-ditador Alberto Fujimori apresentou todos os recursos que lhe deram na telha, sem provas e, ao esgotar essa argúcia, simplesmente pede anular as eleições que evidentemente perdeu.

Os observadores internacionais, a nada fiável Organização de Estados Americanos inclusive, disseram que o processo eleitoral foi correto, porém as impugnações continuam e as autoridades as acatam.

A prolongada espera, assim como recentes provas divulgadas no país, fazem com que algo cheire mal no Júri Nacional de Eleições.

Foram divulgadas gravações de ligações feitas da prisão por Vladimiro Montesinos, o macabro chefe de inteligência durante o governo de Fujimori pai, exortando a corromper três juízes do organismo que deve certificar o resultado das eleições.

Chama a atenção que um dos juízes do Júri Nacional de Eleições Luis Arce de repente recusou seu cargo e paralisou as atividades da entidade durante alguns dias, até que foi nomeado um substituto no último sábado.

Ao estourar o escândalo, Keiko Fujimori quis distanciar-se de Montesinos, porém mantém todos os obstáculos possíveis para evitar um desfecho que não favoreça seus interesses.

Ela tem boas razões, porque se não consegue a presidência terá de responder perante os tribunais por delito de lavagem de dinheiro que poderia mandá-la para a cadeia por 30 anos.

Nesse meio tempo, subiu a popularidade de Castillo dentro e fora do Peru.

Recente pesquisa de opinião revela que o professor conta com 45 por cento de aprovação no país, enquanto que sua rival tem apenas 30 por cento, uma diferença muito maior do que mostraram as urnas faz três semanas atrás.

Todos concordam em que é necessário definir o resultado das eleições no Peru o quanto antes. O país dividido precisa de um novo rumo, diferente à “democracia” de papel que lhe impuseram durante décadas e cujos resultados saltam à vista.



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