Si hay un resultado ajustado, el perdedor no lo va a aceptar y lo mejor sería que el balotaje se resuelva con una diferencia de por lo menos cuatro puntos porcentuales.
Guillermo Alvarado
Finalmente, após um mês e duas semanas de espera, as máximas autoridades eleitorais do Peru proclamaram o professor e dirigente sindical José Pedro Castillo Terrones como próximo presidente da República.
Nunca demoraram tanto em formalizar uma decisão que já tinha sido tomada faz tempo, porém obstaculizada teimosamente pela candidata derrotada Keiko Fujimori, que não cessava de encaminhar queixas e mais queixas, sem provas nem fundamentos.
Para a filha do ex-ditador Alberto Fujimori, preso por ter cometido graves violações dos direitos humanos, era vital se eleger, não por ideologias ou programas de governo, e sim para evitar que ela mesma fizesse companhia a seu pai atrás das grades.
Keiko é acusada de lavagem de dinheiro e corrupção e, de fato, guardava prisão domiciliar, que foi suspensa para que pudesse fazer sua campanha eleitoral, uma coisa insólita, mas admissível segundo as leis peruanas.
Apesar de seus delitos, boa parte da direita, adversários de seu pai inclusive, assim como os grandes meios de informação se uniram a ela para impedir a vitória do professor Castillo.
Quanto a Castillo tudo está por ver-se. Desconhecido nos meios políticos até faz quatro anos atrás, surpreendeu a conhecidos e estranhos graças ao apoio do segmento populacional mais pobre, os castigados pelo neoliberalismo e pela pandemia da Covid-19 que depositaram suas esperanças nele.
Peru exibiu recentemente uma espécie de milagre econômico, que não fez outra coisa senão esconder a profunda fratura entre os poderosos setores estabelecidos em Lima, e as abandonadas zonas rurais, como aquelas de onde vem o próximo presidente, oriundo da região andina de Cajamarca.
Algumas promessas concretas do professor impactaram em seus eleitores, entre elas construir uma economia para todos, não só para um segmento limitado, e acabar com a exagerada extração de riquezas pelas multinacionais.
Castillo recomenda mudar as regras do jogo, e que a maior fatia dos lucros fique no Peru para financiar transformações indispensáveis, que salvem mais de 30 por cento de habitantes que vivem mergulhados na pobreza.
Particular ilusão desperta a promessa de convocar a uma Constituinte e redigir uma nova Carta Magna, que estampe os mesmos direitos para todos.
Sem dúvida, a tarefa é imensa e os obstáculos são colossais num país que teve quatro presidentes em quatro anos e onde a instabilidade política praticamente faz parte do dia a dia.