Por Guillermo Alvarado

A pandemia da Covid-19, prolongada demais, leva mais de um ano e meio, está causando severos danos entre as crianças e os adolescentes em todo o mundo, especialmente nas áreas de saúde, alimentação, acesso à escola e aumento da pobreza.

Agências internacionais e organizações não governamentais estão chamando a atenção dos governos, principalmente nas regiões mais pobres do planeta, para que concentrem esforços e garantam os direitos da infância, que têm sido limitados pela crise sanitária.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância UNICEF afirma que na América Latina e o Caribe há uma verdadeira epidemia de obesidade infantil, que pode ser tão grave ou mais do que a desnutrição, um problema crônico em alguns lugares.

A obesidade está ligada à pandemia, porquanto em muitos lares, que perderam sua fonte de renda, os pais só podem oferecer aos filhos alimentos de má qualidade.

São produtos elaborados com matérias-primas inapropriadas, refrigerantes, de fácil acesso, baratos e que gozam de grande publicidade.

O consumo excessivo de tais produtos, para além da falta de exercícios porque as escolas estão fechadas, fizeram com que três de 10 menores, na faixa de 5 a 19 anos, sejam obesos.

UNICEF detalha: milhões de postos de trabalho desapareceram por causa da pandemia, especialmente no setor informal. Tal situação disparou a pobreza e, ao mesmo tempo, subiram os preços dos alimentos dificultando manter uma nutrição sadia e equilibrada.

O fechamento dos centros educacionais, sem falar nos atrasos e baixa qualidade do processo de aprendizado, trouxe também para muitas crianças o fim da refeição escolar, que era sua oportunidade de ingerir uma comida mais ou menos apropriada.   

Recentemente, a ONG Kids Rights (Direitos das Crianças) disse que milhões de jovens no mundo todo poderão sofrer uma catástrofe geracional, se os governos não reagirem ante esta situação.

Segundo essa organização não governamental, por trás da pandemia se esconde o fato de que a saúde de 80 milhões de menores será afetada, porque se interrompeu o ciclo de vacinação contra outras doenças.

São tragédias habituais em milhões de lares pobres, porém invisíveis para os grandes meios de comunicação.