Yate Granma. Foto: Ilustrativa/Granma.
Faz 65 anos atrás, a esperança renascia em Cuba. Naquele tempo, o país era oprimido por uma ditadura sanguinária, inúmeras famílias viviam mergulhadas na dor, eram elevadíssimos os índices de pobreza, desemprego, insalubridade e analfabetismo.
Oitenta e dois jovens intrépidos e determinados a proporcionar um futuro melhor a seu povo chegavam a Cuba em dois de dezembro de 1956 a bordo do iate Granma desembarcando em Los Coyuelos, uma ponta de mangue a dois quilômetros da praia Las Coloradas, no município de Niquero, na hoje província de Granma, no leste cubano.
Vinte e um deles tinham participado sob a guia de Fidel Castro dos assaltos aos quartéis Moncada, em Santiago de Cuba, e Carlos Manuel de Céspedes, em Bayamo, que mostraram ao mundo a luta revolucionária que se travava na pequena nação caribenha.
Com o mesmo espírito ousado daquelas ações, esses homens e os que aderiram a eles no México rumaram a Cuba a 25 de novembro decididos, como afirmara Fidel, a serem livres ou mártires.
Abria-se um novo capítulo na luta pela verdadeira e definitiva independência de Cuba, iniciada no século 19, a 10 de outubro de 1868, também no leste cubano.
A demora da travessia por causa do mau tempo, o iate superlotado e a queda n’água de um combatente, fez com que não coincidisse o desembarque com a sublevação de 30 de novembro, em Santiago de Cuba, cujo objetivo era apoiar a chegada dos expedicionários e dar início à ofensiva na região.
Cansados, famintos e sedentos depois da viagem, os expedicionários tinha pela frente um desembarque difícil numa região pantanosa. Viriam dias duros. Os revolucionários se veriam obrigados a se dispersar ao serem flagrados pelas tropas do ditador Fulgencio Batista por causa da traição de um camponês.
Porém, nem esses obstáculos, nem muitos outros que surgiriam nos dias e semanas seguintes, puderam demover aqueles jovens do compromisso que tinham assumido com sua Pátria e com o povo humilde e os explorados numa Cuba entregue por sucessivos governos aos interesses dos Estados Unidos.
A história começa a se modificar. Fiéis ao legado de luta das gerações que os precederam, aqueles homens deram vida a uma epopeia que culminaria a 1º de janeiro de 1959, com a vitória da Revolução.
Um processo que se nutriu das ideias libertárias dos próceres independentistas cubanos, e participação ativa dos homens e mulheres do povo, agora dignificado e livre após a vitória.
Em dois de dezembro de 1956, não só renascia a esperança em Cuba, mas também começava a se forjar um novo exército, que, ao longo destes anos, defendeu a soberania, a independência e as conquistas da Revolução, ante as agressões sem trégua dos sucessivos governos norte-americanos.