Mineração irresponsável na Amazônia

Editado por Irene Fait
2021-12-14 18:45:12

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Foto: Reuters

Em 2021, o governo de Jair Bolsonaro aprovou ao menos sete projetos de mineração em algumas das regiões mais protegidas da Amazônia. Organizações ambientais consideram que a Amazônia vem sendo destruída irreversivelmente pelo desmatamento acelerado provocado por diversas atividades. Estamos falando concretamente na extração de minérios, principalmente o ouro.

Bolsonaro, contudo, não está preocupado com a alarmante situação, falou que era bobagem e insiste em alentar a mineração que prejudica o meio ambiente nessas áreas, sem falar que está proibida pela lei.

O artigo 176 da Constituição proíbe qualquer atividade extrativa em terras indígenas. Todavia, a postura do governo fez com que se encaminhassem centenas de solicitações para a exploração de minérios naquelas terras.

A mencionada atividade sempre provoca mudanças nos lugares onde acontece. Os peritos assinalam que prejudica o solo, os recursos hídricos, a vegetação e a população que vive nos arredores.

Pesquisas de opinião revelam que a maioria dos brasileiros rejeita a política de Bolsonaro em torno da exploração de terras indígenas. Oitenta e seis por cento não concordam em abrir essas terras para a mineração.

A mineração ilegal, que aumentou notavelmente durante a presidência de Bolsonaro, tem provocado um desmatamento catastrófico, para além de poluição e o assassinato de indígenas que defendem seus territórios.

Os números estão aí para confirmar. De agosto de 2020 a julho de 2021, a maior selva tropical do planeta perdeu 13.235 quilômetros quadrados de cobertura vegetal. É a maior área degrada no período de 12 meses nos últimos 15 anos.

Ora esses projetos serão realizados dentro de áreas protegidas, em terras indígenas e de conservação, onde se acha a maior densidade indígena. Setenta e seis por cento de sua população estão compostos por povos originários.

Durante sua campanha eleitoral e após ter assumido em janeiro de 2019, Bolsonaro deixou claro seu interesse em favorecer a mineração.  Seu governo, em parceria com a bancada rural no Congresso e as empresas mineradoras, busca acelerar vários projetos de leis para modificar as normas de proteção ambiental.

Na mais recente Conferência da ONU sobre a Mudança Climática, realizada em novembro na cidade escocesa de Glasgow, a delegação do governo de Bolsonaro prometeu eliminar o desmatamento ilegal na Amazônia até 2028.

As ações do presidente, contudo, contradizem esse compromisso. Bolsonaro não parece lá muito interessado em proteger a Amazônia. Os interesses econômicos são muito poderosos, valem mais do que preservar a vida.



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