Desmond Tutu, 90, was Nobel Peace Prize laureate and veteran of South Africa’s struggle against white minority rule.
A África do Sul está de luto. Morreu o arcebispo emérito sul-africano Desmond Tutu, figura chave na luta contra o sistema da apartheid que tinha prevalecido formalmente naquele país de 1948 até o começo da década de 1990.
Ao divulgar a notícia, o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, descreveu Tutu como um patriota sem par, um líder de princípios, um homem de extraordinária inteligência e integridade.
Desmond Tutu recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1984. Ele trabalhou pela reconciliação e o perdão numa sociedade vítima de uma política de segregação racial imposta pelo governo de minoria branca contra a majoritária população negra.
Através da igreja, ergueu sua voz para denunciar os crimes da apartheid, que, em língua africânder, significa “separação”.
De fato, quase todo o território da África do Sul (87%) estava reservado para os brancos. Os cidadãos negros foram relegados às reservas étnicas, não podiam frequentar as mesmas escolas, praias, e outros lugares destinados exclusivamente para a minoria branca.
Havia 317 leis que legalizavam o racismo e despojavam de seus direitos boa parte da população sul-africana, sempre defendida pelo primeiro arcebispo anglicano negro. Era amado e respeitado pelo seu povo e admirado no mundo todo.
“A voz dos que não têm voz”, assim o descrevia Nelson Mandela, outro dos ícones da luta contra a apartheid e o primeiro presidente negro da África do Sul ao ganhar as eleições de 1994.
Sob o governo de Mandela, recebeu Tutu a difícil missão de presidir a Comissão da Verdade e Reconciliação, um organismo incumbido de investigar as atrocidades cometidas sob a política segregacionista, evitando qualquer espírito de vingança.
Tutu descreve seu país como a Nação do Arco-Íris, após o fim da apartheid, um país multiétnico e multicultural.
Ao longo de sua vida defendeu, também, os direitos das comunidades LGTB, pediu acesso igualitário ao tratamento dos aidéticos e denunciou a discriminação contra as pessoas que vivem com HIV.
Igualmente, Tutu apoiou a demanda argentina de soberania das Ilhas Malvinas.
A África do Sul e o mundo lamentam a morte de um homem extraordinário, de largo sorriso e rosto afável, que não hesitou discordar muitas vezes da hierarquia eclesiástica para defender os direitos humanos.