O ano 2021 foi letal para os Estados Unidos devido a incidentes associados a armas de fogo, foi o pior nos últimos dez anos. Segundo a organização Arquivo de Violência Armada, o número de mortos superou em 1.516 o registrado no ano anterior.
A entidade, encarregada das estatísticas revelou que só de janeiro a novembro passado mais de 43 mil pessoas perderam a vida, abatidas por armas de fogo.
Igualmente alarmante é o número de tiroteios que ocorreram em 2021: perto de 690. Vale recorda que o número vem crescendo desde 2014.
Ao menos 16 cidades norte-americanas bateram novos recordes na taxa de homicídios. Destaque para Nova York, Atlanta, Indianápolis e Filadélfia.
As investigações estabeleceram que as armas utilizadas eram revólveres.
O porte de armas de fogo, consagrado pela Segunda Emenda da Constituição, se tornou um verdadeiro problema nos EUA. Embora não seja o único, é um dos fatores que incidem com força na espiral de mortes e violência.
Para fazer uma ideia, há 120 armas de fogo para 100 habitantes, um caso único no mundo.
Pesquisas de opinião revelam que 48% dos norte-americanos acham que a violência com armas de fogo é um problemão no país, enquanto que 53% querem endurecer as leis que tem a ver com as armas.
O Congresso, todavia, tem barrado sistematicamente normas para limitar o acesso a diferentes tipos de armas. A Associação Nacional do Rifle e os produtores desses artefatos exercem forte pressão nos políticos.
Barack Obama tentou frear essa violência durante seu mandato como presidente, de janeiro de 2009 a janeiro de 2017. Encaminhou um plano que, embora insuficiente, impunha restrições à compra e venda e incluía medidas independentes sobre o tema, sem aprovação legislativa.
Porém, quando Donald Trump assumiu a presidência do país, em 2017, as coisas mudaram totalmente. Seu discurso de ódio, xenófobo e a proliferação de grupos racistas brancos incentivaram a violência armada.
Como se não bastasse, as lojas de armas não fecharam nem no meio da pandemia em 2020, pois foram declarados por Trump negócios essenciais, como as farmácias e os mercados. Qual foi o resultado? Disparou a venda desses artefatos.
Agora, o problema está nas mãos do presidente Joe Biden. Em dias recentes, grupos contra a violência armada reclamaram mais ações do governo para controlar os incidentes com armas, que acabaram virando outra pandemia nos Estados Unidos.