O ano 2022 começou com notícias desencorajadoras para América Latina e o Caribe. As perspectivas de crescimento econômico e recuperação de postos de trabalho não são as esperadas. Além disso, a nova onda de Covid-19 por causa da variante ômicron fez com que aumentassem ostensivamente os casos, o que repercute nas atividades econômicas da região, que é considerada a mais desigual no planeta.
As mais recentes projeções da OIT – Organização Internacional do Trabalho – advertem: o mercado do trabalho em nível mundial está longe de melhorar. Neste ano, haverá perda de horas trabalhadas equivalente a 52 milhões de postos de trabalho.
América Latina e o Caribe aparecem entre as áreas com piores possibilidades de recuperação neste aspecto, o que aponta para a persistência de um elevado índice de desemprego.
Guy Ryder, diretor-geral da OIT, detalhou que dois anos depois do começo da emergência sanitária mundial, as perspectivas continuam sendo fracas e o caminho para um futuro melhor é lento e incerto.
De acordo com a CEPAL – Comissão Econômica da ONU para América Latina e o Caribe –. a mencionada região, no ano que acaba de finalizar, registrou perda nos níveis de ocupação, queda na participação do trabalho e aumento da taxa de desemprego muito mais elevada do que em outras ocasiões.
No final de 2021, ao menos um de quatro latino-americanos não tinha recuperado seu emprego, que perdera durante a pandemia, revelou estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento feito em parceria com o Banco Mundial.
Como se não bastasse, o ritmo de crescimento da região baixará a 2,1%, levando em conta que as atividades que propulsam sua economia terão um pobre desempenho.
A CEPAL estima que o deficiente crescimento em nível mundial se traduzirá em menor procura externa, portanto, diminuirá o comércio internacional impactando diretamente nas economias latino-americanas.
De resto, a diminuição ou a manutenção dos atuais preços das matérias-primas, de cujas exportações boa parte da região depende, também incidirá muito nesse panorama desfavorável que propicia mais fome e maior pobreza.
América Latina e o Caribe já vêm enfrentando uma situação crítica em segurança alimentar. Nos últimos seis anos, especialmente em meio à pandemia, subiu em quase 79% o número de pessoas que estão passando fome.
O continente retrocedeu duas décadas em termos de pobreza e pobreza extrema. Cada dia são mais e mais as pessoas que se somam ao exército dos que não têm nada, muito menos futuro.
Tudo indica que 2022 também será um ano difícil para América Latina e o Caribe, onde cresce o número de pobres, famintos e desempregados.