Violência policial no Brasil

Editado por Irene Fait
2022-02-09 16:51:40

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A violência policial se estabeleceu no Brasil. Todos os anos morrem milhares de pessoas, a maioria negros e pobres, nas mãos da polícia, sem que se faça justiça em boa parte dos casos.

Tal situação evidencia, também, o racismo reinante na sociedade brasileira que se estendeu principalmente depois de Jair Bolsonaro ter assumido a presidência.

Em 2019, a polícia matou mais de seis mil pessoas, um dos números mais elevados no mundo. Quase 80 por cento das vítimas eram negras. Já na primeira metade de 2020 as mortes aumentaram em seis por cento.

No Rio de Janeiro, um dos estados brasileiros que exibe o maior número de mortes em conseqüência da brutalidade policial, 75 por cento de todos os falecidos em 2020 eram afro-brasileiros.

Em meados do ano passado, milhares de cidadãos saíram às ruas nas principais cidades para protestar contra uma operação policial, que deixou 28 mortos numa favela do Rio de janeiro, onde é habitual a entrada violenta dos agentes de segurança em comunidades pobres, com população majoritariamente negra.

A operação, que conturbou a sociedade brasileira, se realizou a despeito de o Supremo Tribunal Federal ter proibido em junho de 2020 as ações policiais nos bairros pobres do Rio, durante a pandemia da Covid-19.

Nos últimos dias, o órgão judicial se posicionou de novo sobre o comportamento brutal da polícia. O Supremo Tribunal Federal deu prazo de 90 dias para que o governo do Rio de Janeiro adotasse medidas contra a violência de seus agentes de segurança.

A ONU e diversas organizações da sociedade civil já tinham advertido sobre essa situação, a qual se agravou com o discurso de ódio do presidente brasileiro. Para Bolsonaro bandido bom é bandido morto.

Os analistas afirmam que o presidente centrou-se em invisibilizar e exterminar os grupos vulneráveis, como a população negra e indígena.

Movimentos sociais qualificam de genocídio contra a população negra a política de Bolsonaro. Acusam-no de ter virado as costas a esse segmento durante a emergência sanitária pela Covid-19.

Dados de julho passado revelam que os mortos de doenças respiratórias durante a pandemia aumentaram 71 por cento entre os afro-brasileiros e 24,5 por cento entre os brancos. Os primeiros receberam até aquele momento apenas 23 por cento das vacinas aplicadas no Brasil.

O aumento da violência policial contra os pobres e os negros é uma realidade no Brasil, cujo presidente indultou membros das forças de segurança condenados por homicídios no exercício de suas funções e mesmo quando passavam férias.

 

 



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