Nesta semana, começaram as reuniões para analisar e elaborar a segunda parte do relatório de um grupo de peritos da ONU sobre a mudança climática. O documento adverte que não se trata apenas de evitar o aquecimento global, mas também de se adaptar para sobreviver suas consequências.
O presidente do painel internacional, Hoesung Lee, assinalou que nunca houvera tantas coisas em jogo, portanto, os governos devem tomar medidas efetivas já para enfrentar um impacto devastador e inevitável sobre o planeta que criará um novo cenário.
Em outras palavras, acabou o tempo dos avisos e das recomendações e se aproximam tempos de adaptação, para todas as espécies que vivem no planeta, especialmente os seres humanos, responsáveis em boa medida pelo que está se passando.
Representantes de 195 países participam das discussões e o documento que for aprovado será publicado em 28 de fevereiro. Na elaboração das conclusões serão utilizadas as ciências econômicas e sociais, detalhou Lee.
As autoridades poderão encontrar nesse texto os conhecimentos necessários para tomar decisões, clarificou o perito.
Em agosto de 2021, foi divulgada a primeira parte do documento, onde se explicou que em 2030, dez anos antes do previsto, a temperatura global subirá 1,5 graus centígrados com relação à chamada era pré-industrial, que começou no final do século 18.
Se as coisas continuarem do jeito que estão, em breve haverá lugares no mundo onde a vida será impossível por causa do calor, e não é mera hipótese. No verão passado, no Canadá, o termômetro subiu a mais de 50 graus centigrados em algumas regiões, cujo clima costuma ser moderado ou frio.
O homem utilizou combustíveis fósseis de algum modo em etapas de seu desenvolvimento, porém desde que começou a exploração industrial desses recursos em automóveis, fábricas, agricultura e noutras atividades, faz mais ou menos um século e meio atrás, o mundo começou a ser diferente.
Especialistas da ONU atribuem a essas mudanças a extinção de inúmeras espécies, o surgimento de pragas e doenças, as estiagens ou as enchentes e a perda maciça de colheitas que se traduzem em fome.
A Organização Meteorológica Mundial afirma: nos últimos vinte anos, mais de 4,5 bilhões de pessoas padeceram alguma catástrofe ligada à mudança climática.
Pelo visto, passou o tempo das reuniões e se aproxima a época da sobrevivência.