El Comercio Perú
Por Guillermo Alvarado
O mês de julho será recordado na Europa como um dos mais quentes e secos na história, com temperaturas que fizeram subir os termômetros a números nunca vistos, e pavorosos incêndios que arrasaram centenas de milhares de hectares de bosques.
O Reino Unido declarou alerta vermelha, equivalente a uma emergência nacional, quando o termômetro marcou 40,3 graus centigrados, uma temperatura jamais registrada naquele país. O calor atingiu linhas férreas, o metrô e as pistas dos aeroportos.
A situação não foi melhor na França, Espanha, Portugal e na bacia do Mediterrâneo, onde, ademais, há uma intensa seca que está prejudicando vastas superfícies de plantações, o que contribuirá para manter elevados os preços dos alimentos.
A OMS – Organização Mundial da Saúde – informou da morte de umas 1.500 pessoas na península Ibérica por causa do calor. A entidade exortou os governos a abordarem rápida e seriamente a questão da mudança climática.
Acompanhando o calor, vieram os incêndios, desta feita com voracidade inabitual.
Só na Espanha, as chamas consumiram neste ano mais de 220 mil hectares e se prevê que 2022 será a pior temporada do século 21, e uma das quatro mais destruidoras desde 1950.
Na Grécia, boa parte do parque nacional de Dadia foi reduzida a cinzas e se teme pela segurança de várias espécies animais que habitam naquele ecossistema excepcional (urubus, borboletas, morcegos, inúmeros mamíferos, répteis e anfíbios).
Alemanha e França também foram envolvidas na tragédia que está matando e afetando muitas famílias obrigadas a abandonar seus lares, e não sabem ao certo o que vão encontrar na volta às suas casas, se é que estarão aí.
Inexplicavelmente, muitos governos têm os olhos postos na guerra que existe nesse continente seguindo o roteiro redigido e imposto por Washington com o único objetivo de destruir a economia russa e reverter o seu papel e influência na palestra internacional.
A mudança climática, o aquecimento global, o verdadeiro perigo que paira sobre a vida em nosso planeta está passando a um segundo plano embora a natureza insista em nos mostrar que estamos chegando ao ponto de inflexão, a partir do qual nada será igual a como era antigamente.
Não há plano B para nos salvar, não existe um planeta alternativo ao qual poderíamos nos mudar; verdades tão simples que pouquíssima gente quer compreender.