Piratas do século 21

Editado por Irene Fait
2022-08-01 18:50:26

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Por Guillermo Alvarado

O Supremo Tribunal do Reino Unido negou ao governo legítimo da Venezuela, encabeçado pelo presidente Nicolás Maduro, o acesso às reservas de ouro depositadas em Londres. Para muitos, é um ato insólito, porém é muito mais do que isso, constitui um exemplo vulgar de pirataria.

Como se boa parte do mundo ainda vivesse sob o império da coroa britânica, a juíza Sara Cockerill afirmou que seu país não reconhece o governo Bolivariano, portanto, não acata as decisões da junta do Banco Central da Venezuela.

Estamos falando em 31 toneladas de ouro, cujo valor é estimado em 1,9 bilhões de dólares, que estão depositados nas câmaras blindadas do Banco da Inglaterra, mas pertencem ao povo venezuelano, que não pode utilizá-las desde 2019 para desenvolver sua economia.

Segunda a senhora Cockerill, o presidente da Venezuela é o fantoche Juan Guaidó! A juíza britânica demonstra sua ignorância absoluta das leis, ou sua falta de respeito ao ordenamento jurídico de outras nações.

Vale recordar que Guiadó não foi eleito por ninguém, ninguém votou nele, nem sequer a direção do Congresso elegeu-o presidente.

Ele mesmo, num parque de Caracas, se proclamou presidente, imediatamente os Estados Unidos reconheceu e obrigou seus aliados e servidores, entre eles o Reino Unido, a aceitá-lo como presidente.

Não admira que em Londres assumam essa conduta. Recordemos algumas de suas tradições, como a pirataria, que foi legalizada pela primeira vez no mundo durante o reinado de Henrique VIII, no começo do século 16, e mais tarde elevada à instituição por Elizabeth I.

Se buscarmos com cuidado, poderemos encontrar por aí monumentos erguidos, como se fossem heróis nacionais, a corsários cruéis e impiedosos, como Francis Drake, que recebeu o título de “Sir” por suas contribuições ao reino.

Outro criminoso dessa laia, John Hawkins, foi tratado como um comerciante notável depois de devastar as costas africanas, caçar seus habitantes como se fossem animais e vendê-los como escravos no Caribe.

Seria bom se muitos governos conscientizassem esta história, lessem e assimilassem suas lições e a levassem em conta na hora de tomar decisões.

A mentalidade pirata dos britânicos não mudou, lembrem-se das Malvinas e dos solicitantes de asilo enviados a Ruanda como se fossem gado. Foram piratas uma vez, não admira que sejam piratas para sempre.



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