Fidel Castro na Praça da Revolução
Por Maria Josefina Arce
Cuba proclamava há 62 anos perante o mundo o seu direito de soberania e independência em razão das agressões e manobras dos Estados Unidos que pretendia isolar a revolução vitoriosa.
Na histórica Praça da Revolução, o povo cubano aprovava a Primeira Declaração de Havana. Foi uma resposta forte e decidida à Declaração de São José, Costa Rica, mediante a qual a Organização de Estados Americanos (OEA), sempre subordinada a Washington, abria as portas a sanções contra a Ilha.
A Primeira Declaração de Havana é um dos documentos reitores da política de princípios do processo revolucionário. Guiou o caminho percorrido nestes anos, tanto no plano doméstico de justiça social, quanto em sua projeção internacional.
Reconhecia o direito de cada cubano à saúde, educação, alimentação, cultura e esporte, negados pelos governos anteriores - todos eles subordinados a Washington - que mergulharam o povo na miséria, no analfabetismo e na insalubridade.
Todavia, o documento dava ênfase não só aos direitos dos cubanos, mas também às reivindicações dos mais pobres na América Latina e no resto do mundo, merecedores todos de um mundo melhor.
Igualmente, defendia a prerrogativa de cada povo à sua autodeterminação e soberania, um direito destacado por Cuba ao longo dos anos em diferentes tribunas internacionais.
Foi uma denúncia categórica das intervenções e crimes do imperialismo norte-americano na América Latina roubada, explorada e transformada em pátio traseiro dos Estados Unidos.
Aliás, é um perigo que ainda hoje paira sobre a América Latina, onde os governos progressistas que trabalham pelo bem-estar de seus cidadãos são alvos de manobras e agressões do poderoso vizinho do Norte em conluio com a oligarquia.
A Primeira Declaração de Havana é um documento necessário e tem muito que ensinar nos tempos atuais, quando o império, sem abrir mão de seus antigos métodos de pressões, ameaças e sanções, se vale de mecanismos mais sofisticados para satisfazer suas ânsias colonizadoras.
Hoje se aplicam as novas tecnologias para criar estado de opinião, deturpar a realidade, incentivar campanhas de descrédito, tudo isso dirigido a promover um golpe brando, uma intervenção indireta.
Sessenta e dois anos depois de sua proclamação, a Primeira Declaração de Havana está presente na resistência do povo cubano e em sua luta incessante pela realização de seu projeto de vida.