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Por Maria Josefina Arce
O Brasil recebeu boas novas poucas horas depois de Luiz Inácio Lula da Silva ter sido eleito presidente. A Noruega declarou que deseja reativar o Fundo Amazônia, uma decisão tomada em meados do ano se as eleições significassem uma mudança de governo no Brasil.
O governo norueguês comunicou que vai enviar um negociador ou uma equipe para discutir com o presidente eleito o restabelecimento da cooperação, a fim de garantir a redução do desmatamento.
A iniciativa anteriormente mencionada tinha sido implementada em 2008, durante o segundo mandato de Lula da Silva, e seu objetivo é prevenir, monitorar e combater o desmatamento da maior selva tropical do planeta.
A Noruega e a Alemanha fornecem as maiores doações. Oslo entregou em 10 anos, até 2018, perto de 1,2 bilhões de dólares ao Fundo.
Dezenas de projetos receberam financiamento para prevenir o desmatamento, que, naquele tempo, diminuiu notavelmente, tanto assim que organismos internacionais como as Nações Unidas elogiaram o que estava se passando na Amazônia.
Todavia, a chegada de Jair Bolsonaro à presidência significou uma ruptura, devido à péssima gestão ambiental do ex-capitão do exército, que pôs em perigo o pulmão do planeta, considerado um dos elementos chave para o equilíbrio do clima global.
Nos quatro anos de governo, Bolsonaro foi reduzindo a força das leis e controles criados para proteger a região amazônica. Para Bolsonaro, a Amazônia é mera mercadoria, afirmam convencidos os povos indígenas.
A verdade é que Bolsonaro estimulou a mineração ilegal, a tala indiscriminada e as atividades agropecuárias na região, que foi perdendo a massa florestal de maneira vertiginosa.
De 2020 a 2021, a Amazônia brasileira perdeu perto de nove mil quilômetros quadrados de selva, o pior dado nos últimos 13 anos.
Ativistas e indígenas, cada vez mais ameaçados pelo governo, entraram com ação na Corte Penal Internacional em outubro de 2021 contra a política ambiental do presidente brasileiro.
A eleição de Lula da Silva abre uma esperança. Lula afirmou que o planeta necessita uma Amazônia viva, e trabalhará em favor do desmatamento zero, para proteger uma das regiões que possui a maior biodiversidade do mundo e lar de inúmeros povos autóctones.