A guerra convencional, na qual são utilizados aviões e tanques para devorar vidas e terrenos, faz parte do arsenal dos EUA, porém, nos últimos tempos ganham espaço os métodos de agressão não convencionais. A USAID, Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional, aparece como executora idônea deste tipo de penetração sutil.
Como é habitual, Cuba está na lista dos alvos preferidos de Washington, além da Venezuela e Síria, entre outras nações.
Nestes dias, a imprensa norte-americana fez eco de um programa subversivo no qual a USAID utilizou mais de 10 jovens latino-americanos para enviá-los a Cuba numa missão secreta com fins de desestabilização. Esse foi um novo capítulo da guerra não convencional.
Ao comentar o assunto, o diário cubano “Granma”, editado em Havana, disse que “igual que o Zunzuneo, as características deste novo projeto subversivo o colocam na estratégia de Guerra Não Convencional, que ganhou protagonismo nos últimos anos”.
“Essa forma de fazer a guerra tenciona concretizar os objetivos de dominação e mudança de regime nos países que os EUA consideram contrários a seus interesses sem envolver diretamente as forças tradicionais no terreno, e isso significa um custo relativamente menor para a nação agressora, embora não para a agredida”, indicou o jornal.
Hoje, os EUA tratam de evitar as incursões militares em massa. O volumoso custo humano e material desse procedimento no Iraque e Afeganistão sem grandes resultados fez pensar aos estrategistas do Pentágono, a CIA e a Casa Branca em torno da possibilidade de reduzir o montante dessas aventuras bélicas.
No caso de Cuba, a USAID instaurou o programa conhecido como Zunzuneo, destinado a criar uma espécie de Twitter local para injetar nas mentes dos jovens ideias subversivas. A agência noticiosa AP revelou os meandros daquela iniciativa, e continuou investigando nos bastidores desse órgão do governo norte-americano.
Agora, a AP acaba de revelar outro programa da USAID, que recrutou jovens latino-americanos com objetivos semelhantes ao do Zunzuneo.
Recentemente, o presidente cubano, Raúl Castro, denunciou a analogia entre o conteúdo dos manuais de guerra não convencional das Forças Armadas dos EUA e os métodos aplicados pela USAID e outras entidades em países da América Latina e o Caribe, e noutros continentes. Muitos conselheiros consideraram viável manipular processos como a chamada “Primavera Árabe” para garantir os interesses geopolíticos e de dominação.
Minar internamente as sociedades cuja linha se afasta dos ditames do governo norte-americano constitui hoje uma alternativa de Washington, e Cuba tem sido um dos alvos desse tipo de guerra não convencional.
(R. Morejón, 6 de agosto)