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Por Maria Josefina Arce
É impossível falar na luta revolucionária em Cuba sem mencionar a FEU (Federação Estudantil Universitária) que acaba de completar seus 100 anos de vida, em 20 de dezembro, com uma trajetória de dignidade, resistência e estreitamente ligada à sociedade.
O líder estudantil Júlio Antonio Mella deu vida a esta organização, que ao longo de 100 anos preservou seu pensamento libertador, antiimperialista e de justiça social.
Seus membros acolheram com entusiasmo e compromisso a Universidade Popular José Marti, fundada por Mella, para quebrar o monopólio classista da cultura. Este projeto contribuiu para que os operários se instruíssem e possibilitou a unidade entre os trabalhadores e os estudantes.
A FEU esteve e está presente em importantes acontecimentos de nossa história. Muitas vezes saiu às ruas para defender seus direitos, a necessária transformação da universidade e para denunciar a situação do país, neocolônia dos Estados Unidos desde 1902.
A organização sempre acompanhou a situação política e social de Cuba, e muitos desses jovens formados nas salas de aula da universidade deram suas vidas pela verdadeira independência e soberania da Pátria.
Seus membros se destacaram em acontecimentos transcendentes como o Assalto ao Palácio Presidencial e a tomada da emissora Rádio Reloj em março de 1957. José Antonio Echeverria, presidente à época da FEU, liderou essas ações durante a ditadura de Fulgencio Batista.
Após a vitória revolucionária de janeiro de 1959, os estudantes universitários estiveram presentes na Campanha de Alfabetização de 1961 e em Playa Girón defendendo suas conquistas da invasão mercenária naquele mesmo ano.
Sempre na vanguarda, foram imprescindíveis durante a pandemia da Covid-19. Os estudantes universitários estiveram presentes nas pesquisas realizadas nas comunidades, nos centros de isolamento e apoiaram os idosos para evitar que se contagiassem.
Em seu 10º Congresso, que acaba de ser encerrado, foram debatidos temas ligados ao funcionamento da organização, à docência, à pesquisa e às relações internacionais.
O encontro esteve antecedido de debates dos jovens nas residências estudantis, nas faculdades, nas, para que participassem mais e mais pessoas do processo de transformação que se realiza nesses lugares.
Entusiasmo, alegria, compromisso com seu tempo e seu país define estes jovens, que tanto apoiam a sociedade e são herdeiros de um legado de luta e resistência das gerações anteriores, que traçaram o caminho para um país melhor.