Por Maria Josefina Arce
Em 15 de janeiro se comemora o Dia da Ciência Cubana. Nesse dia, são homenageados homens e mulheres que põem seu vasto conhecimento ao serviço do bem-estar da sociedade. Notáveis têm sido os resultados da comunidade científica nos últimos doze meses.
Para lá de acompanhar de perto a eficácia das vacinas Abdala e Soberana, utilizadas na imunização da população e que permitiu controlar a Covid-19 em Cuba, os cientistas cubanos também continuaram desenvolvendo estudos de outros medicamentos de grande impacto na saúde.
Estamos falando no NeuroEpo, um medicamento criado pelo Centro de Imunologia Molecular em parceria com o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos e outras instituições de BioCubaFarma.
Um ensaio clínico com o medicamento destinado a pacientes que sofrem de Alzheimer leve ou moderada finalizou com resultados positivos em 2022, em termos de segurança e eficácia.
Esta doença atinge mais de 55 milhões de pessoas no mundo. Para Cuba também representa um desafio atender a esses pacientes, porquanto mais de 20% da população superam 60 anos de idade, justamente a faixa etária com maior risco de padecer Alzheimer.
Neste ano, se espera iniciar dois novos ensaios clínicos fase III, que abrangerão todo o território cubano e devem reafirmar, segundo os especialistas, os benefícios de NeuroEpo.
Os feitos do ano que acaba de terminar se estendem, também, à área de tecnologia. Por exemplo, temos o Infantix, um equipamento para pesquisar transtornos da vista e auditivos no neonato, ideado pelo Centro de Neurociências.
Em declarações ao jornal Granma, o doutor em Ciências, Rolando Pérez Rodriguez, diretor de Ciência e Inovação de BioCubaFarma, disse que seu objetivo é descobrir estes problemas antes de o bebê completar o primeiro mês de vida, diagnosticá-los antes de 90 dias e começar o tratamento nunca depois dos seis meses de idade, para que esses bebês possam alcançar um desenvolvimento neurológico similar aos que não sofrem desses problemas.
A outra notícia alentadora tem a ver com um tomógrafo que possibilitará monitorar a distribuição ventilativa e a dinâmica pulmonar.
Os feitos dos cientistas cubanos se estendem até o setor agropecuário. No ano passado, se obtiveram as primeiras plantas transgênicas de feijão em Cuba e as primeiras evidências experimentais de um novo bioproduto para controlar os nematódeos, microscópicos animais invertebrados que não permitem o crescimento normal das plantas.
A cada 15 de janeiro os cubanos comemoram o Dia da Ciência Cubana, orgulhosos dos homens e mulheres que não acreditam nas limitações impostas pelo bloqueio norte-americano e apostam no bem-estar e no desenvolvimento do país.