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Por Maria Josefina Arce
Em 2023 a CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) será presidida por São Vicente e Granadinas, um pequeno país do Caribe, mas grande em seu compromisso com a integração regional e o bem-estar de seus povos.
Este foi um dos acordos da 7ª Cúpula de chefes de Estado e de Governo do bloco, que aconteceu em Buenos Aires e apoiou a indicação da nação caribenha para suceder Argentina na presidência pro tempore.
São Vicente e Granadinas é o segundo país do Caribe que ocupa este posto.
Cuba foi o primeiro presidente do bloco de integração de 2013 a janeiro de 2014.
O primeiro-ministro Ralph Gonsalves disse que deseja propulsar as ações do México e da Argentina para revitalizar o mecanismo integrador tão necessário nos dias que correm.
Gonsalves defende as relações multilaterais e a cooperação entre os países para enfrentar os desafios da região nos aspectos econômico e social levando em conta a difícil situação criada pela pandemia da Covid-19, que aumentou as desigualdades.
O desafio político não é menor, devido às manobras dos Estados Unidos, como denunciou Gonsalves, de conter o avanço da CELAC e sustentar a OEA (Organização de Estados Americanos) controlada pelo governo norte-americano e utilizada para seus interesses hegemônicos.
Uma OEA tristemente conhecida no continente por apoiar ações desestabilizadoras contra governos progressistas e golpes de Estado inclusive.
A escolha de São Vicente e Granadinas para a presidência da CELAC é um reconhecimento ao seu trabalho em nível mundial. Recordemos que em 2019 foi eleito membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU para o período 2020-2021.
Ademais, no último semestre de 2020 assumiu a presidência da CARICOM (Comunidade do Caribe) e a partir desse posto continuou promovendo a solidariedade, a integração da área e o direito de cada povo de construir seu futuro.
O Caribe, em conjunto, tem uma posição firme em favor da unidade, cooperação, sem condicionamentos, e contra a intromissão nos assuntos internos de nações como Cuba, Venezuela, Nicarágua e Bolívia.
O primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas agradeceu a eleição e afirmou que trabalhará com todos pelo progresso da CELAC e suas relações com outros blocos com prioridades compartilhadas, como a luta contra a mudança climática, a segurança alimentar, a saúde e a migração.
Muitos são os desafios, porém a pequena nação caribenha conta com experiência e a reconhecida liderança do primeiro-ministro Ralph Gonsalves.