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Por Roberto Morejón
Quando o primeiro-ministro britânico, o conservador Rishi Sunak, mal completa os primeiros cem dias no cargo, o Reino Unido está defrontado um inverno com elevadas temperaturas no plano social em contraste com as gélidas temperaturas que caracterizam o inverno local.
Como derivação do acontecido nos últimos oito meses, mais setores dos servidores públicos aderem às greves e outros estão agendando as deles para fevereiro e março.
Enfermeiras, ferroviários, professores, fisioterapeutas e motoristas de ambulâncias, entre outros, entraram em greve ou tencionam entrar.
A Confederação Sindical TUC considera que desde 2011 não houve tanta greve no país, e o governo conservador reagiu forte.
Diante da agitação dos servidores públicos, o diálogo com os sindicatos continua em ponto morto.
Os grêmios reclamam do poder aquisitivo cada vez menor dos vencimentos e aposentadorias em meio de uma subida de preços de 10,5%. Por isso, exigem aumento salarial e que não prossiga a reforma trabalhista promovida pelo governo.
Num país onde no 3º aniversário do Brexit apenas 20% dos britânicos julgam que sair da União Europeia foi um passo positivo, o governo encaminhou uma lei trabalhista para impor níveis reduzidos de serviço que limitem a possibilidade de futuras greves.
Os sindicatos não entendem a atitude do governo levando em conta que um número cada vez maior de britânicos acaba procurando os refeitórios sociais para comer.
Uma de três crianças no norte da Inglaterra vive perto do nível de pobreza.
No meio da crise, analistas advertem: o Partido Conservador, no governo, está esgotado após cinco períodos de mandato e 12 anos de austeridade.
Os ricos não sentem as dificuldades, pois no debate público são denunciados alarmantes casos de sonegação de impostos pelos donos de fortunas e as multinacionais.
Como se não bastasse, o Fundo Monetário Internacional vaticinou que o Reino Unido será o único país do Grupo dos Sete mais industrializados cuja economia vai se contrair em 2023.
Se a intransigência oficial continuar e se cumprirem as greves anunciadas por outros sindicatos, o Reino Unido se aproximará de uma etapa em que os eleitores ponderarão se não seria melhor castigar os conservadores nas próximas eleições.