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Por Maria Josefina Arce
Joe Biden ganhou as eleições presidenciais em 2021, atingiu seu objetivo, e se esqueceu das promessas eleitorais. A anunciada mudança política em relação a Cuba não aconteceu. Pelo contrário, persiste a hostilidade contra esta pequena nação do Caribe.
Mais uma vez Washington decidiu manter Cuba na lista de países supostamente patrocinadores do terrorismo, uma seleção que EUA elabora de acordo com seus interesses. Todos sabem disso.
O governo norte-americano se escuda na mentira para tentar justificar o bloqueio contra o povo cubano, uma medida condenada em 30 ocasiões pela Assembleia Geral das Nações Unidas, denunciou o presidente cubano Miguel Diaz-Canel.
A opinião do chefe de Estado cubano é compartilhada por personalidades políticas, governos e povos. O semanário norte-americano The Nation ressaltou que em Washington todos sabem que Cuba não patrocina o terrorismo. Colocá-la na mencionada lista, portanto, só adiciona sanções ao longo e genocida cerco econômico, pondera a publicação.
Sobre este aspecto também se pronunciaram ex-funcionários de inteligência norte-americanos deixando em evidência as mentiras e as motivações políticas nas que a decisão se sustenta. Afirmaram sem hesitar que se trata de uma ficção criada para reforçar a lógica do bloqueio.
Nos últimos dias da presidência de Donald Trump, Cuba tornou a ser incluída sem nenhum motivo na lista, da qual tinha sido riscada em 2015 pelo governo de Barack Obama. Vale recordar que Biden era vice-presidente naquele governo.
A verdade é que a presença da Ilha na criticada relação reforça o impacto dissuasivo e intimidador do bloqueio econômico e as dificuldades para nos inserir no comércio internacional e realizar operações financeiras.
De volta ao artigo do semanário The Nation, o mesmo insiste em que Havana deveria ser riscada da lista e outros passos deveriam ser dados como, por exemplo, eliminar as 243 medidas impostas por Trump, muitas foram implementadas no meio da pandemia da Covid-19.
Embora o atual governo tenha aprovado uma série de disposições, tachadas de positivas por Havana, o bloqueio continua intacto, inclusive a aplicação do Capítulo III da Lei Helms-Burton, que internacionalizou o bloqueio há quase 27 anos.
Esse capítulo permite aos cidadãos norte-americanos entrar com ação na justiça contra qualquer pessoa ou entidade que faça negócios com propriedades nacionalizadas legalmente pela Revolução cubana.
É bom esclarecer que o governo revolucionário chegou a acordos de compensação com países como o Reino Unido, a Espanha e o Canadá, exceto Estados Unidos que recusou qualquer entendimento, enquanto preparava a invasão mercenária por Playa Girón em 1961.
Desde a aprovação da Lei Helms Burton pelo Congresso em 1996, os sucessivos governos norte-americanos suspenderam o Capítulo III da mencionada lei até que, em 2019, Donald Trump decidiu ativá-lo.
Todavia, Biden nada fez a respeito disso. O vento levou suas promessas e o atual presidente norte-americano seguiu os passos de governos anteriores abertamente hostis ao povo cubano.