PL
Por Maria Josefina Arce
Cuba formulou propostas concretas na Cúpula Antiinflacionária, convocada pelo presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, para unir esforços diante dos elevados preços de alimentos e serviços que atentam contra o bem-estar dos povos da América Latina e o Caribe.
Falando no encontro, realizado em formato virtual, o presidente cubano, Miguel Diaz-Canel, se pronunciou por facilitar e ampliar a troca de bens e eliminar tarifas e outras barreiras não tarifárias que freiam o comércio, porquanto impedem ou desestimulam a entrada de uma mercadoria num país.
Lançar mão do comércio barter foi uma das recomendações do presidente cubano. É uma modalidade de compensação baseada na troca direta de bens e serviços entre o importador e o exportador, sem que haja movimento de fundos.
É uma opção para as nações pequenas da região e as que são vítimas, como Cuba, de sanções e outras medidas coercitivas que envolvem perseguição financeira.
No caso de Cuba, as operações de importação se paralisam com frequência porque o pagamento não chega aos fornecedores, ou não recebe o dinheiro correspondente às suas exportações, porque os bancos rejeitam ou esquivam trabalhar de maneira direta ou indireta com a Ilha por causa da ameaça de possíveis sanções previstas nas leis do bloqueio norte-americano.
A necessária complementaridade foi defendida por Diaz-Canel, pois abre o caminho ao encadeamento produtivo e comercial, sempre de maneira solidária e soberana.
Cada país contribuiria para esta cooperação nos âmbitos que destaca, sendo, por tanto, uma relação proveitosa para todos na região.
Nesta complementaridade trabalha, por exemplo, a ALBA-TCP (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América -Tratado dos Povos) desde sua fundação, em 2004,incentivando projetos entre seus países membros, alguns deles presentes na Cúpula Antiinflacionária, como Cuba, São Vicente e Granadinas, Venezuela e Bolívia.
Na Cúpula, da que participaram em formato virtual os chefes de Estado e de Governo de dez nações da região, Diaz-Canel exortou a promover a transferência de tecnologia para a produção de alimentos. Isto permitiria, disse, avançar na diminuição das assimetrias entre os países nesse setor e satisfazer as necessidades dos povos.
O presidente cubano ofereceu aos participantes a vasta experiência de seu país na área de saúde. Todos conhecem a assistência médica solidária da Ilha a outras nações em casos de desastres naturais e também para ajudar a elevar os indicadores sanitários.
No encontro virtual, Cuba reiterou seu compromisso com os esforços regionais para garantir um crescimento econômico que promova a inclusão, a equidade e a sustentabilidade da segurança alimentar de nossos povos.