PL
Por Maria Josefina Arce
Paraguai abre o ciclo eleitoral deste ano na América Latina, onde, também haverá eleições na Guatemala e Argentina no meio da complicada situação que vive a região marcada pela crise econômica e a inflação.
Em 30 de abril, cinco milhões de paraguaios estão convocados a eleger novo presidente do país sul-americano, vice, senadores, deputados, governadores e vereadores.
Treze candidatos aspiram a ocupar a presidência, porém, apenas dois se destacam: Efrain Alegre, da opositora Concertación por un Nuevo Paraguay, e Santiago Peña, do Partido Colorado que dominou o cenário político nesse país durante mais de 70 anos.
Só uma vez foi interrompida a hegemonia colorada, em 2006, quando perdeu para uma coalizão de partidos e movimentos de esquerda. O candidato da coalizão, o ex-bispo Fernando Lugo, foi eleito presidente do Paraguai, porém um golpe parlamentar em 2012 fez com que seus planos de trabalhar pelos pobres fossem por água abaixo.
Voltando às eleições do dia 30 de abril, as pesquisas de opinião mostram tendências opostas. Umas dão como vencedor Alegre, e outras, Peña. O resto dos candidatos aparece bem distante de ambos.
O vencedor dos pleitos (não há segundo turno no Paraguai) substituirá em 15 de agosto o atual presidente Mário Abdo Benitez, cujo governo é tachado de ruim pela vasta maioria dos cidadãos entrevistados.
O novo presidente terá a árdua tarefa de melhorar a situação do país, onde a pobreza atingiu 24.7% da população no ano passado e o nível de analfabetismo funcional é alto.
Segundo as estatísticas, 25% da juventude não estudam e apenas 25% entram na faculdade.
A outra frente será a luta contra a corrupção, que leva décadas afetando o Paraguai. A mesma foi institucionalizada durante a ditadura do general Alfredo Stroessner, que dirigiu o país de 1954 a 1989.
Há uma dívida, também, com os povos indígenas, que representam 1,7% da população de um total de sete milhões. Além de serem discriminados, os índices de pobreza, marginalização e problemas de saúde nessa comunidade são muito mais elevados do que em outros segmentos populacionais.
Para muitos, as eleições do dia 30 de abril serão renhidas. Veremos se os paraguaios apostam na mudança ou noutro governo do partido Colorado.