Nayib Bukele, presidente El Salvador
Por Roberto Morejón
O presidente salvadorenho, Nayib Bukele, completou quatro anos de governo envolvido em paradoxos; seus críticos aumentam, entrementes, cidadãos ponderam a queda da taxa de homicídios.
No último ano de seu governo, Bukele, aferrado às redes sociais, exibe como principal vitória o combate sem trégua às gangues, conhecidas naquele país como maras.
Apoiado em interminável prorrogação do estado de exceção, amparada pelo Congresso controlado pelo oficialismo, as autoridades acumulam nada mais e nada menos que 69 mil detenções, todos são delinquentes, segundo o governo.
Contudo, o que o governo exibe como conquista é vista por setores da oposição e organizações de direitos humanos dentro e fora de El Salvador como uma ofensiva impiedosa, sem maquiagem.
Um relatório da ONG Cristosal revela que ao menos 160 pessoas presas morreram sob custódia estatal e identificou padrões de mortes descritas como torturas.
Em meio à perseguição frenética contra os maras, começará uma nova cruzada.
Desta vez será contra a corrupção ressaltou Bukele anunciando a construção de uma nova penitenciária.
Com estas cartas na mão e o anúncio de uma lei para reduzir municipalidades que poderia prejudicar a oposição, o chefe de Estado se prepara para lutar por sua reeleição.
A Fundação de Estudos para a Aplicação do Direito afirmou que a decisão que habilita o lançamento da candidatura de Bukele para a reeleição é ilegítima, porque é proibida constitucionalmente,
Não se sabe, por enquanto, a explicação do presidente quanto aos números proporcionados por uma enquete do Banco Central de Reserva, a qual revela que 26,6 por cento das famílias vivem na pobreza em El Salvador, dois por cento a mais do que em 2021.
Em um país onde a maioria dos cidadãos rejeitou a adoção pelo governo do Bitcoin como dinheiro, não parece que Bukele possa usar a economia como baluarte de seu governo.
Limitar-se a exibir a guerra contra as gangues como sua grande conquista é uma faca de dois gumes que vai obrigá-lo a eludir inúmeros acusadores.