Fim de semana de eleições, Guatemala e Equador

Editado por Irene Fait
2023-08-21 18:36:39

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Por Maria Josefina Arce

Em contexto muito complicado, duas nações latino-americanas realizaram eleições no domingo, 20 de agosto. Houve pleitos adiantados no Equador e segundo turno de eleições presidenciais na Guatemala.

De acordo com resultados preliminares, haverá segundo turno eleitoral no Equador, em 15 de outubro, e disputarão a presidência Luisa González, do movimento Revolução Cidadã, e o empresário Daniel Noboa, do partido Ação Democrática Nacional. Vale lembrar que, segundo as pesquisas de opinião, Noboa não tinha chance de continuar na corrida presidencial.

Os equatorianos exerceram seu direito ao voto no meio do estado de exceção declarado devido à violência reinante no país que, em 9 de agosto, chegou ao ponto culminante ao ser assassinado no meio da rua o candidato presidencial Fernando Villavicencio, que tinha denunciado publicamente as ameaças do crime organizado.

Apesar da tensão diante de possíveis ações violentas, a participação do eleitorado foi histórica, com mais de 82% de comparecimento às urnas.

Cem mil policiais e militares foram mobilizados em todo o país, durante as eleições. Oito candidatos concorreram à presidência e foram escolhidos, também, os 137 membros da Assembleia Nacional que completarão o atual período de quatro anos previstos até maio de 2025.

Os pleitos foram antecipados no Equador, quando, em maio passado, o presidente Guillermo Lasso, tinha decretado a chamada morte cruzada, para evitar um julgamento político por corrupção na Assembleia Nacional que apontava para o impeachment. Assim, se dissolveu o órgão legislativo e se convocaram pleitos adiantados.

No mesmo domingo, se realizaram duas consultas populares, uma local, só para Quito, sobre o garimpo na reserva natural de Chocó Andino, e outra, nacional, sobre a extração de petróleo no Parque Yasuní, promovida por povos indígenas e grupos ambientalistas.

Já na Guatemala, a indecisão também permeou o panorama eleitoral, devido às manobras para inabilitar o progressista Movimento Semilla (Semente) e seu candidato Bernardo Arévalo, considerado uma ameaça para a elite governante, que, finalmente, fracassou na tentativa de eliminá-lo. O sociólogo foi eleito novo presidente da nação centro-americana.

Arévalo obteve uma vitória irrefutável, ao somar perto de 60% dos votos. Entrementes, a rival Sandra Torres, da direitista Unidade Nacional da Esperança e vista como a continuação do governo atual, ficou com um pouco mais de 35%.

Bernardo Arévalo, deputado no Congresso e filho do ex-presidente Juan José Arévalo, propôs, durante sua campanha, a luta contra a corrupção e contra a impunidade, como eixo de um futuro governo.

Sua vitória despertou a esperança nos guatemaltecos, que desejam mudanças no seu país mergulhado há muitos anos na pobreza, na corrupção e na violência.

O caminho não será fácil para Arévalo, cuja eleição como chefe de Estado não é vista com bons olhos pela elite política e empresarial que dirige a Guatemala.

 



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